Pensar o futuro de Aveiro] a minha singela homenagem aos cidadãos de Aveiro
Gostaria de prestar uma singela homenagem ao colectivo alargado de cidadãos que durante dez meses ofereceu o seu esforço e dedicação à nobre causa da defesa cívica da cidade e à crítica a um projecto que poderia ser lesivo do seu futuro, a construção da ponte pedonal no canal central.
O colectivo tem rostos e nomes que nem sempre aparecem e que merecem ser referidos e recordados. Cito: Alexandra Monteiro, Ana Catarina Souto, Ana Vasconcelos, Artur Figueiredo, Carlos Naia, Celso Santos, Clara Sacramento, Cristina Perestrelo, Filipa Assis, Gaspar Pinto Monteiro, Gil Moreira, Gustavo Tavares, Gustavo Vasconcelos, Ilídio Carreira, João Martins, Joaquim Pavão, Manuel Oliveira de Sousa, Manuel Pacheco, Manuela Cardoso, Margarida Cerqueira, Maria Manuela Melo, Mariana Delgado, Paulo Lousinha, Paulo Marques, Sara Biaia, Sara Ventura da Cruz, Sónia Fidalgo, Teresa Castro, Tiago Castro, Violeta Ferreira, as centenas de cidadãos que estiveram presentes nos eventos públicos, os 1.711 das redes sociais, os 3.532 que subscreveram a petição, todos os outros que silenciosamente partilharam as nossas preocupações.
Nestes quase dez meses de actividade, este colectivo trocou, entre si, mais de 1.200 mensagens, enviou milhares de mensagens, organizou quatro sessões públicas presenciais e dezenas de reuniões preparatórias, protagonizou uma petição pública, produziu um parecer técnico-jurídico enviado às instituições com responsabilidades no ambiente e ordenamento do território, desenvolveu uma petição enviada ao primeiro-ministro, ministro da economia e ministra do ambiente. Falou com dezenas de interlocutores institucionais. Por último, contou com a notável (e decisiva) colaboração cívica da Doutora Fernanda Paula Oliveira na produção do memorando jurídico que identificou ‘fundadas dúvidas quanto à legalidade do processo e das decisões em causa’.
O esforço desenvolvido deixou vários frutos. Descobriu-se o enorme potencial mobilizador da memória colectiva, em particular no que se refere ao canal central da ria (‘o coração da cidade’), mostrou-se a importância e obrigatoriedade de criar consensos prévios e de envolver os cidadãos nas decisões sobre o futuro da cidade, e exigiu-se uma postura crítica sobre a necessidade de sensata aplicação de recursos públicos. Mas fez-se mais, mostrou-se o enorme poder dos grupos de cidadãos com causas, organização, postura fundamentada e persistência.
O levantamento do ‘cerco’ no Rossio termina um ciclo, os cidadãos desafiaram o destino e (contra todas as expectativas) conseguiram mudá-lo. Se todos aprendermos bem a lição podemos tornar a fazê-lo. É só querer!
Abraço
JCM
NB: Obrigado Prof. José Carlos, sem os seus conhecimentos académicos, pessoais, diligencias, persistência motivando todos a estarem a seu lado, quiçá não fosse possível ir tão longe. Esperamos que não se venha a registar um recuo da Câmara. Será que a voz do Povo foi efectivamente ouvida? Esperamos que sim, que tenha sido ouvida e sirva de lição a quem elegemos com o nosso voto em período de eleições.
Visite este grupo em http://groups.google.com/group/amigosdavenida?hl=pt-PT.
Aveiro: Câmara suspende ponte e busca “consensos” para o projecto
Taipais do estaleiro começaram ontem a ser retirados. Élio Maia confirma que projecto foi suspenso, mas espera que seja executado no futuro após auscultar a comunidade
Jornalista:
Rui Cunha
-Edição:
Diário de Aveiro,Quarta, Novembro 14, 2012
Autor da Imagem: Eduardo Pina
Eram 9 horas quando dois funcionários da empresa Europa Ar-Lindo, de Braga, começaram a retirar os taipais que durante meses vedaram uma boa parte do jardim do Rossio, no centro da cidade, colocados para a construção, nunca concretizada, da ponte pedonal entre este largo e o Alboi.
Como o Diário de Aveiro noticiou na semana passada, a maioria PSD/CDS optou pela suspensão desta polémica empreitada do Parque da Sustentabilidade (PdS). Ontem, o presidente da autarquia, Élio Maia, confirmou em declarações ao Diário de Aveiro a interrupção da obra - mas não a desistência definitiva do projecto.
A Câmara quer “reflectir” e “amadurecer” o projecto, prometendo criar um “espaço maior de diálogo” com a comunidade, disse o edil. O chefe do executivo, que ao longo dos meses ouviu múltiplas críticas à obra, revela abertura para fazer “acertos” no projecto e para chegar a um “consenso mais alargado” com outros intervenientes da sociedade aveirense, de forma a que num “futuro muito próximo” os trabalhos possam sair do papel.
Segundo Élio Maia, o município tem garantido o financiamento de 85 por cento da obra através do próximo quadro comunitário de apoio, que irá vigorar entre 2014 e 2020, o que permitirá ao próximo executivo camarário retomar a intervenção, se o desejar. “Sem comparticipação europeia não há obra”, adverte.
Por outro lado, a decisão de suspender a empreitada foi tomada depois de garantido, com “certeza absoluta”, que o município não terá de suportar qualquer indemnização à Ar-Lindo - que poderia chegar aos 10 por cento do valor total da obra - adjudicada por 583 mil euros.
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