11.08.2012

O que leva um jovem de 23 anos a matar-se por enforcamento?



O que leva um jovem de 23 anos a matar-se por


 enforcamento?

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Colocado por  em 29 Jul, 2011 e na categoria de Júlio Silva, Opinião. Pode seguir os comentários da notícia através de RSS 2.0. Pode deixar um comentário a esta publicação no final da página.


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Nos últimos 15 dias do mês de Julho, fomos surpreendidos pela morte de três pessoas na Murtosa. Nada de admirar se não fosse a causa da morte, o enforcamento.
E é aqui, que eu me interrogo o que é que leva um jovem de 23 anos a querer pôr termo à vida pelo sistema de enforcamento. Motivos de certeza que os houve, para estas três pessoas porem termo a uma vida em alguns casos muito nova, tão curta. Seria algum acto desesperado, ou uma simulação para dar nas vistas  que correu da pior maneira? As dúvidas existem muitas, mas a verdade dessa razão vai com os defuntos num silêncio sepulcral.
Para nós que cá ficamos  estupefactos, com estas reacções e atitudes da nossa gente Murtoseira, só tem uma explicação que foi um acto de desespero momentâneo, a pessoa não viu outra saída para os seus problemas e decidiu pôr termo à vida. Serão estas pessoas corajosas ou cobardes ou egoístas?
No meu ponto de vista, serão um pouco das três . Corajosas, porque é mesmo preciso ter uma grande coragem, acumulada com muito desespero, para se matarem a elas próprias. Cobardes, sim também penso que serão um pouco, porque escolheram a maneira de certo modo mais fácil  para fugirem de enfrentarem os seus problemas, problemas esses que em certos casos poderiam ser resolvidos, ora na Justiça, por uma separação ou até por um virar de costas e deixar a vida correr o seu percurso normal. Egoístas, sem dúvida nenhuma , porque só pensaram neles próprios e não se lembraram do sofrimento, da angústia, da dor  que causaram com o seu acto  tresloucado, aos pais, aos irmãos, aos familiares mais próximos, aos amigos e a todos estes que acabaram de perder um ente querido do seio deles.
A dor de perder um filho em semelhantes circunstâncias, deve ser terrível, inimaginável e só mesmo quem passa por uma situação destas é que saberá dar o valor do sentimento da dor de ter perdido um filho/a .
Só quem passa por uma perda destas, é que saberá explicar qual é o sentimento de impotência de não ter chegado uns momentos antes do facto ser consumado, só estas pessoas é que poderão explicar qual é o sentimento de não se terem apercebido da situação  grave que o filho atravessava.
Seja o motivo de falta de diálogo, de cultura ou pela vida preenchida  demais com o trabalho e com a preocupação de trazer o sustento para casa, imaginando que é o suficiente e nunca lhe passando pela cabeça  que algo vai menos bem na cabeça de um dos seus filhos.
Culpados nestes casos, julgo que não existem, pelo menos directamente, uma vez que indirectamente terá que haver culpados para que justifiquem o acto em si.
E vocês, murtoseiros, o que pensam sobre isto?
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Júlio Silva

Júlio Silva tem 52 anos de idade e é colunista do nosso jornal. Foi durante 10 anos correspondente do Jornal “O Contacto”, sediado no Luxemburgo, antes de regressar a Portugal.

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