11.14.2012

Multinacional farmacêutica patrocina formação de directores na saúde



Centros de saúde da região Norte
Multinacional farmacêutica patrocina formação de directores na saúde

Directores executivos e presidentes de conselhos clínicos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região Norte vão frequentar, em Dezembro, uma acção de formação promovida pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) e patrocinada por uma multinacional da indústria farmacêutica.

A formação dos novos directores começa em Dezembro
A formação dos novos directores começa em Dezembro (Enric Vivies-Rubio)
A situação é denunciada pelo Bloco de Esquerda (BE), que questiona o Ministério da Saúde sobre se “reconhece ser esta situação potencialmente geradora de conflitos de interesses”. A ARS-N remeteu para sexta-feira eventuais esclarecimentos sobre o assunto.

“Em parceria com a Novartis, a ARS-Norte promove, em Dezembro, uma acção de formação designada Processos de Contratualização nos Cuidados de Saúde Primários e Princípios na Gestão Estratégica”, denuncia o BE numa pergunta dirigida ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, e que foi ontem entregue na Assembleia da República.

O BE pergunta ainda: “O Governo sabe qual a modalidade de financiamento e pagamento destas acções de formação? São financiadas pela ARS-Norte? Pelas próprias pessoas que as frequentam? Pelas entidades privadas que as patrocinam?”.

Segundo o deputado do BE, João Semedo, actualmente há também dez directores executivos que estão a frequentar o Programa da Alta Direcção de Instituição de Saúde da Escola de Direcção de Negócios, na qual o actual ministro, Paulo Macedo, foi docente.

Na pergunta ao ministro afirma-se que a Escola de Direcção de Negócios “foi constituída academicamente à imagem da escola de pós-graduação da Universidade de Navarra [Espanha], fundada por Josemaría Escrivá de Balaguer, e é uma obra de apostolado da Opus Dei”.

Perante isto, Semedo quer saber se o “Governo tem conhecimento desta situação e se sabe se estas acções de formação foram escolhidas por concurso público ou auscultação prévia de outras entidades formadas”.

Fonte: Público
14.11.2012 - 12:17 Por Margarida Gomes

Comentários: Acredito que seja difícil formar quadros para os mais diversos serviços de saúde, principalmente, os da área administrativa, tendo em conta que a sociedade está minada de empresas de recursos humanos, com mais ou menos ligações aos partidos políticos  senão aos que sustentam de momento o governo, pelo menos aos anteriores, tendo em consideração que, quando não governa o PS é o PSD a ocupar a cadeira da governação.
Portanto a questão levantada pelo João Semedo faz sentido e não faz, porque sendo ele médico, sabe como as ligações funcionam. Os laboratórios por sua vez, tem que se fazer à vida, esta é a sua actividade.

Postado por Joaquim Carlos

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