11.29.2014

Paulo Morais foi à AR e chamou "os bois" pelos nomes!

Paulo Morais foi à AR e chamou "os bois" pelos nomes!

Quem não conhece Paulo Morais esse incansável inimigo da corrupção e a sua militância na denúncia da promiscuidade entre políticos (governantes, deputados, autarcas) e os negócios?  Ele foi ao Parlamento e disse o nome, um por um, dos deputados que estão ligados a empresas ou grandes escritórios de advogados que as defendem nos contenciosos com o Estado e simultaneamente estão ali na AR a fazer leis que dizem respeito aos interesses dessas empresas que lhes pagam.

É ouvi-lo desassombradamente na AR através deste vídeo.

11.27.2014

Fotorreportagem da Colheita de Sangue Dia 26 de Novembro no Posto Fixo da ADASCA

 Fotorreportagem da Colheita de Sangue Dia 26 de Novembro no Posto Fixo da ADASCA
Gestos simples que salvam vidas, seja o leitor também um “salvador de vidas”, pratique estes exemplos, que só enobrece quem se disponibiliza a concretizá-lo. 






O local onde os dadores esperam pela sua vez de atendimento, que gostaríamos de ser mais confortável. Ali tem revistas e jornais para lerem enquanto esperam pela sua vez. Tanto a Sede como o Posto Fixo, dispõe de aquecimento, criando assim um ambiente mais acolhedor.











Caros Colegas Dadores e Amigos!

Como é habitual da parte da ADASCA, vimos dar conhecimento dos resultados obtidos com a Colheita de Sangue ocorrida no dia 21 de Novembro no Posto Fixo da ADASCA.

Assim:
- Total Inscritos: 34
- Aprovados: 26
- Suspensos: 7
- Eliminados: 1
- CEDACE: 2 vs medula óssea

Comentários:temos vindo a assistir com profunda preocupação desde o ano 2012, a uma redução de adesão à dádiva de sangue que nos preocupa bastante. As causas são diversas, sendo que a principal, está relacionada com a retirada da isenção das taxas moderadoras aos dadores de sangue nos Hospitais Públicos. Temos alertado vezes sem conta o ministério da saúde para este problema. Resultado: total indiferença.

Os resultados obtidos com a brigada do dia 26 de Novembro no Posto Fixo registamos menos 9 inscrições  comparativamente com a brigada realizada no dia 27/11 do ano transacto. Contudo, a nossa previsão era para as 50 presenças, considerando o horário pós laboral. Podemos considerar estes resultados muito aquém do previsto.

De acordo com as informações que nos são enviadas pelos colegas dadores, outras causas podem eventualmente estar relacionadas com as despesas nas deslocações, a dificuldade em ausentar-se do local de trabalho, pois temos conhecimento que existe ainda alguns empresários poucos sensíveis a esta área de solidariedade. Lamentamos, na medida em que o sangue é necessário todos os dias nos hospitais, e eles não estão imunes a essa necessidade ou um familiar seu.

Os dadores de sangue ainda não são dispensáveis ao Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente nos Serviços de ImunoHemoterpia, embora nem sempre sejamos respeitados como devíamos. Estamos perante um grande défice de respeito e reconhecimento público. O sentimento da marginalização além de doloroso é indescritível, o que pode motivar alguns dadores deixarem de comparecer.

Na nossa opinião, as brigadas de colheitas às 4ª.s feiras deviam registar maior adesão, considerando que decorrem num horário que facilita a ausência dos locais de trabalho, no entanto, o que verificamos com alguma tristeza é que isso não tem acontecido. Resta-nos a esperança de que o cenário se altere, pois nunca é de mais lembrar que os doentes é que necessitam de nós. Hoje eles, amanhã pode ser um de nós...

Algumas associações de dadores de sangue, têm feito tudo para que a isenção das taxas moderadoras, na qualidade de incentivo vs motivação seja reposta, num gesto de reconhecimento público pela dádiva benévola de sangue, não podendo ser vista como uma troca material vs comercial ou outra qualquer, pois só os mal intencionados assim poderão argumentar, nós não subscrevemos esse princípio.

 Presentemente e com a adesão dos colegas que vão receber a presente mensagem, a ADASCA representa cerca de 3538 dadores de sangue associados conforme os Estatutos, num espaço de 7 anos e 10 meses de existência legal, sendo assim a maior associação do género da zona centro, de acordo com a informação do Centro Regional de Sangue de Coimbra, também com mais sessões de colheitas num local só.

Podíamos ter ido mais além, ou seja, os resultados podiam ser mais elevados se certos funcionários com responsabilidades administrativas do Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra não se dispusessem à  de algumas patifarias. Sobre este assunto e outros serão dados a conhecer oportunamente numa das edições da Revista Tribuna da ADASCA.

O nosso sincero agradecimento a todos quantos compareceram ao longo ano de 2013 nas sessões de colheitas de sangue, promovidas e realizadas pela ADASCA, na certeza que o fizeram a pensar nos doentes que necessitam do nosso gesto solidário, muitas das vezes com sacrifício nas deslocações, nós compreendemos esse esforço, mas, há quem não o compreenda vs valorize, esse alguém não nos respeita, marginaliza-nos, chama-se Paulo Macedo e diz-se ministro da saúde (?), para não falar de outros com menos revelo.

Ainda que não tenhamos nada a ver com o atraso registado no atendimento, apresentamos as nossas desculpas pelo sucedido.

Como sempre ao dispor sou,

Amem a liberdade, sejam felizes.

Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA
Tm: 964 470 432 - Resíduos: 234 095 331 (Set)
ONDE POSSO DAR SANGUE EM AVEIRO?

 NB:Pedimos e agradecemos que nos informe se recebeu em boas condições o presente e-mail. OBRIGADO.
O Mapa de Brigadas em anexo, pode ser reencaminhado para que a divulgação seja o mais abrangente possível.

11.26.2014

Tráfico de sangue prospera na Bulgária

FALTA DE VOLUNTÁRIOS CONDICIONA OPÇÕES DOS MÉDICOS
Tráfico de sangue prospera na Bulgária

ADELINO GOMES 16/08/2003 - 10:13

A emigração, a má situação económica e o desmoronamento dos valores sociais limitam o número dos que dão sangue na Bulgária
PAULO PIMENTA/PÚBLICO

Os hospitais da Bulgária não têm produtos sanguíneos suficientes para todos os doentes necessitados e é um verdadeiro mercado negro de sangue que vai prosperando no país. Confrontados com uma penúria que se agrava há já uma dúzia de anos, e salvo os casos considerados urgentes, os cirurgiões têm limitado as intervenções aos doentes com familiares ou pessoas próximas que tenham dado sangue. Quem não tem essa sorte é obrigado a comprar a ciganos.

“A minha mulher foi hospitalizada por causa de uma úlcera no estômago e recebeu já duas transfusões”, explica Ivan Ivanov, um septuagenário de Sófia, capital da Bulgária. “Os médicos disseram-me que têm de fazer uma terceira transfusão mas exigem um comprovativo de que a minha família deu sangue. Só depois é que a fazem”, acrescenta.

Às portas do centro de transfusão sanguínea de Sófia, ciganos abordam quem por lá passa. “Precisa de sangue?”, perguntam. O precioso certificado de que têm alguém que deu 450 mililitros custa entre 15 e 41 euros.

S.A., um cigano de 32 anos, admite dar sangue de dois em dois meses para que possa depois vender o certificado. “Mais vezes do que isso é proibido”, explica. Carpinteiro no desemprego e viúvo, escolheu este caminho para alimentar as suas duas filhas. “Não faço nada mal, salvo vidas.”

“O número de dadores diminuiu drasticamente nos últimos dez anos”, afirma Violeta Magaeva, chefe do serviço de transfusão no centro nacional de hematologia. “No Verão ainda são mais raros”, acrescenta a médica. “A situação económica catastrófica, o medo pelo que vai acontecer no futuro, o desmoronamento dos valores morais e a emigração dos jovens explicam a diminuição de 44 por cento das doações de sangue”, apesar dos apelos constantes e regularmente transmitidos nas rádios e televisões.

“As nossas campanhas não têm resultados”, lamenta Bojidara Dineva, porta-voz da Cruz Vermelha búlgara. De acordo com esta responsável, não existem no país mais do que 18 dadores por cada mil habitantes. Nos países da União Europeia são 50 por mil.

Para além disso, a inexistência de um banco nacional de produtos sanguíneos, que está em fase de criação, pode fazer com que os hospitais do norte cheguem a ter sangue em excesso enquanto os do sul tenham falta de lotes.

No tempo do comunismo, as campanhas para a doação de sangue eram frequentemente lançadas nas empresas, nos quartéis e nos liceus. Em contrapartida, os dadores tinham direito a três dias de folga. Mas esta iniciativa foi abandonada.


De acordo com a legislação em vigor, doar sangue é um acto voluntário. Em casos excepcionais, pode ser pago com 14 euros. “É preciso aumentar esta retribuição”, defende Magaeva. Mas para o médico Stoicho Katsarov, membro da comissão parlamentar da saúde, “é imoral prever na lei a remuneração dos dadores, pois significava pagar pelo comércio de tecidos e órgãos humanos”. O médico defende antes que se sensibilize os búlgaros para a ideia de que, enquanto não derem sangue, no dia em que precisarem, não poderão contar com uma transfusão.


Postado por Joaquim Carlos

11.24.2014

Imagens de Outono

Imagens de Outono

Sei como voltar: as cores do meu outono desenham caminhos. Yberê Líbera
Outono é outra primavera, cada folha uma flor. Albert Camus

Eis que alcancei o outono de meu pensamento. Charles Baudelaire

Repara que o outono é mais estação da alma do que da natureza. Nietzsche

As flores murcham no outono, mas isso não quer dizer que durante a primavera o seu jardim não foi tão lindo quanto podia ser... (R.V) Ricardo Valério da Silva
No outono as árvores deixam suas folhas caírem na despedida da estação do sol, essas folhas que caem são como as lágrimas que deixo escapar dos meus olhos quando vejo que é hora de você partir. Marcos welinton

Uma árvore em flor fica despida no outono. A beleza transforma-se em feiúra, a juventude em velhice e o erro em virtude. Nada fica sempre igual e nada existe realmente. Portanto, as aparências e o vazio existem simultaneamente. Dalai Lama
Se um dia lágrimas vierem ao seu rosto, não pense no porque! Pense nas folhas do outono, elas não caem porque querem, e sim porque chegou a hora. Raphael Bacellar
Que o novo ano não seja como o outono da vida onde as folhas caem deixando apenas lembranças de dias bons e ruins, mas que seja como a primavera da vida que produz frutos e dos frutos sementes onde podem ser plantadas a cada dia e colhidas a cada amanhecer... Jamesson Júnior
Gosto do outono porque ele é frio suficiente para refrescar o calor...
E é quente o suficiente para aquecer o frio! Lidiane Araújo Mejozebato
Princípio de outono sol, pálido no céu branco. Rogério Martins
Quando algo que você goste acabar, ou simplesmente ir embora, lembre-se que as folhas do outono não caem porque querem
e sim porque é chegada a hora. Desconhecido
Roube da primavera o seu aroma, do verão a sensualidade, do outono a transformação, do inverno o recomeço e reconstrua-se. Viviane Basso
A felicidade está nas folhas das árvores, cabe somente a você decidir se viverá um outono ou uma primavera. Matheus Urruth
Porque de uma coisa a gente sabe, a vida é injusta e quem devia ficar sempre vai.  Outono
E como no outono as folhas caem para se renovarem com as estações seguintes. Aqui estou eu, sem medos, só permitindo minhas folhas se libertarem para as próximas estações que vivenciarei. Maya Bragança

Voam folhas de Outono nas frestas da chuva que lava os rios e deles nos faz ouvir um cântico novo... Ana Coelho
Sou uma árvore no outono, me sinto cada vez mais despido de uma imagem que com certeza não era minha, agora me sinto mais limpo e real... na próxima estação continuarei assim... Zade Bretas
O Outono escorregadio nos olhos de quem espera flores. Inverno quase quente. As folhas se soltam como numa leve partida. E se desprendem. Feito pensamento. Feito alegria oca. E explodem depois da frieza de Agosto. Na delicadeza chamada primavera. Ju Fuzetto

Não precisa dizer nada. Seu silêncio é meu refúgio e você é minha madrugada fria de outono. Seu sorriso me aquece e nada mais faz sentido sem esses segundos que parecem horas quando estou presa nos seus olhos. Você já não pode ser o que eu quero. Porque você é mais que isso. Você é tudo o que eu queria merecer. Verónica H.

Cai uma folha, inicia-se o outono. Cai uma lágrima, finda um amor.  Pablo Gabriel Ribeiro Danielli

Como diria Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"....
O coração tem uma morte lenta. Perde-se a esperança como as árvores perdem as folhas, uma a uma. Chiyo - Memórias de uma gueixa
No outono, as árvores deixam as suas folhas caírem não porque elas são fracas, mas porque elas sabem que desse sacrifício terão mais vigor e força pra enfrentar as outras estações! Cláudia Homem
Postado por Joaquim Carlos, Coordenador o Projecto de Imagem e Comunicação, podendo as imagens ser usadas na condição de que, seja feita referencia da sua fonte.

11.23.2014

Imprensa não dá voz às associações de dadores de sangue, mas censura os dadores

Imprensa não dá voz às associações de dadores de sangue

Alguns grandes jornais e revistas com circulação nacional (incluindo imprensa regional, alguma ancorada nos apoios financeiros pagos por todos nós) deixaram de dar voz às associações de dadores de sangue, alinhando assim com a indiferença com que o governo nos tem votado.
Aos leitores que não concordam com este tratamento inaceitável, apelamos que cancelem as suas assinaturas, ou deixem de comprá-los nos locais habituais! Optem por ler os jornais e revistas que os estabelecimentos comerciais normalmente compram logo pela manhã, a pensar nos seus clientes habituais.
Estamos perante uma nova versão para praticar a censura: é não dar cobertura jornalística.
A notícia que o JN divulga na sua edição do dia 23/11 (Sociedade) revela bem como somos tratados. Para nos tratar de indiferentes ao sofrimento do nosso próximo, já estão disponíveis, já existe espaço, dando apenas cobertura às declarações do dirigente do IPST.
Os dadores de sangue, medula óssea ou de órgãos são ou não soberanos nas suas decisões? Quiçá quem nos ataca nem sequer é dador de sangue ou foi, caindo por terra a sua autoridade moral, quando decide elaborar juízos de valor sobre este magno assunto que devia preocupar toda a sociedade.
Quer se concorde ou não, as associações de dadores de sangue relacionam-se diariamente com potenciais candidatos à dádiva de sangue, e à medula óssea, manifestando sempre reservas em dar o passo decisivo, isto é: consumar na verdade esse valioso acto.

Porque será, a imprensa está mais disponível em atacar-nos a nós dadores, e às nossas associações, do que nos dar ouvidos? Quando o faz, dão mais espaço a quem nos desrespeita, a quem nos trata como indesejáveis, como acontece no SNS?
Este assunto (entre outros) tem sido vezes sem conta discutido por nós dirigentes associativos, sem que ninguém nos tenha até à data dado ouvidos.
Outras questões bem podiam ser aqui expostas, mas, considerando a sua delicadeza é melhor dar esta opinião por terminada.
Curioso, não aparece um órgão da comunicação social que queira associar-se a nós, para que seja reposta a isenção das taxas moderadoras aos dadores de sangue nos hospitais públicos. Porque será? Deixou de ser assunto de interesse público?




Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA
ONDE POSSO DOAR SANGUE EM AVEIRO NO ANO DE 2015?
Quem quiser tem as Coordenadas GPS: N 40.62659,W -8.65133

11.22.2014

"Estamos perdidos há muito tempo... O país perdeu a inteligência e a consciência moral.

EÇA DE QUEIRÓS, ANO DA GRAÇA DE 1871

"Estamos perdidos há muito tempo... O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada. Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita.

Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria.

Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte, o país está perdido! Algum opositor do actual governo? Não! "

Eça de Queirós, Revista "Farpas" (1871)

Eça de Queirós sempre actual!

Provavelmente já todos receberam um e-mail com o conteúdo que aqui coloco. Mas dada a sua oportunidade, não pude deixar de o divulgar mais uma vez.

Textos adaptados à nossa realidade... e retirados de escritos de Eça de Queirós

"Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações. A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse. A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva. À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade." 

in 'Distrito de Évora" 1867 

"Nós estamos num estado comparável apenas à Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade política, a mesma trapalhada económica, a mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a Grécia e Portugal"

in ” As Farpas” 1871
O chamado "clube dos cinco", em 1884: da esquerda para a direita, Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Anthero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro.
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

[…] Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro […]

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

[…] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos […] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, […] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar…"

Guerra Junqueiro, "Pátria" (1896)

"O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo: porque, cada um pensa estar tão bem provido do mesmo que até os mais difíceis de contentar com outros bens quaisquer, não têm costume de desejar mais senso do que aquele que já possuem."
Descarte


“O que temos hoje, infelizmente, é um governo desastrado, de corrupção, escândalos, que consagrou a incompetência administrativa nesses anos”.