9.29.2012

Hospitais e Clínicas do José Mello Saúde vão fazer Colheitas de Sangue



Hospitais e Clínicas do José Mello Saúde vão fazer Colheitas de Sangue

José Mello Saúde promove realização de Sessões de Colheita de Sangue nas suas Unidades de Saúde                            
O IPST saúda a iniciativa do Grupo José Mello Saúde, em promover a realização de Sessões de Colheita de Sangue nos seus Hospitais e Clínicas. Esta ação decorrerá, entre 1 e 11 de outubro, abrangendo várias unidades, na área da Grande Lisboa e também na Região Norte, contribuindo desta forma para a manutenção das reservas de sangue, no nosso país.

As Sessões de Colheita terão lugar nas seguintes unidades e horários:


Grande Lisboa

- Hospitalcuf Infante Santo | 1 de outubro | 9h-13h e 15h-19h

- Hospitalcuf Descobertas | 2 de outubro | 9h-13h e 15h-19h

 - Clínicacuf Belém | 3 de outubro |  9h -13h e 15h 19h30

- Clínicacuf Cascais | 8 de outubro | 9h -13h e 15h 19h30

- Clínicacuf Torres Vedras | 10 de outubro |  9h -13h e 15h 19h30

- Clínicacuf Alvalade  | 11 de outubro | 9h -13h e 15h 19h30


Região Norte:

- Institutocuf Porto | 8 de outubro | 14h - 19h

- Hospital de Braga | 11 de outubro | 14h - 19h

As condições básicas de elegibilidade para a dádiva de sangue são ter entre 18 e 65 anos de idade (o limite de idade para a primeira dádiva é 60 anos), peso igual ou superior a 50kg e estar em boas condições de saúde.

NB: Quando estas Clínicas privadas com fins lucrativos começam a fazer Colheitas de Sangue está tudo(?) dito. Eu venho do tempo em que vendia a minha dádiva de sangue numa Clínica em Lisboa, lá pelos lados do Hospital Militar da Estrela, há uns 30 anos. 
Atrevo-me a acrescentar o seguinte: Muito me engano ou estas Clínicas vão começar a fazer recolhas de sangue para consumo directo, pois neste País tudo é possível acontecer e já ninguém se admira. 
As coisas começam com pequenos ensaios e experiências... sabemos como é, como tudo começa. Vamos permitir que o tempo confirme o que aqui fica escrito.
Quem é que efectua a recolha de sangue? ou melhor, quem faz a avaliação clínica aos dadores de sangue? Onde vai parar os dados dos dadores? Sim aqueles que todos os dadores fornecem nos questionários, incluindo outros expressos verbalmente?
As dúvidas, as suspeitas levantadas levam a pensar que algo vai acontecer... vamos estar atentos. Aqui à gato com o rabo de fora. Se pisei o rabo vou ser arranhado.

A Europa a Ferro e Fogo


Sábado, 29 de Setembro de 2012

A EUROPA A FERRO E FOGO




Carvalho da Silva – Jornal de Notícias, opinião

As imagens que nos últimos dias nos chegaram de Espanha devem constituir mais do que um grito de alerta. Elas exigem profunda reflexão e convidam a uma redobrada predisposição para agirmos contra a injustiça e a violência das políticas que nos estão a ser impostas.

A loucura que sustenta essas políticas choca com os direitos no trabalho, com os direitos sociais, com os direitos humanos, com as nossas culturas, com a democracia, com a estabilidade dos estados e o relacionamento saudável entre povos e estados, que se exige solidário e respeitador da soberania.

A divisão dos países da União Europeia (UE) em credores e devedores, dicotomia que se transporta também para a execução das políticas concretas em cada país - os trabalhadores e o povo são sempre devedores - é absolutamente criminosa e portadora de genes que podem desencadear conflitos inimagináveis.

Já se começou a ver que podem surgir complexas perturbações na unidade e funcionamento do Estado espanhol, mas este não é um problema exclusivo do nosso grande vizinho. Uma instabilização mais profunda da UE desencadeará situações graves em vários países.

Quando as políticas abandonam o ser humano - na sua dimensão individual e coletiva, e nos valores que estruturam a igualdade - e se instala a conceção de que há indivíduos que, por esta ou aquela razão, têm de ser sacrificados ou excluídos, não mais para a harmonização das condições de vida pelo retrocesso, não param as discriminações no seio de um povo ou entre povos, não param as agressões aos mais elementares direitos.

As "razões" a cada momento invocadas podem ter origem económica, cultural/comportamental, ou sócio/política. Desaguarem ou não em guerras é uma questão de tempo e, por consequência, de haver ou não, em tempo útil, um despertar e uma ação coletiva que trave o desastre.

Como todos sabemos, esta maldita crise tem origem nas práticas desonestas e oportunistas dos grandes acionistas dos bancos e dos grupos económicos. Os bancos atiraram dinheiro para a sociedade, num processo especulativo que só eles "controlavam", visando o enriquecimento acelerado e desmedido de alguns e com a certeza de que a qualquer momento o povo poderia ser acusado de "viver acima das suas possibilidades".

Induziram endividamentos, fomentaram a facilidade dos créditos, enredaram as pessoas e muitas empresas pequenas e médias em dependências e aprisionamentos diversos, designadamente manipulando mercados e preços de produtos e bens associados ao estilo de vida dominante. As "bolhas" com que a crise se expressou rebentaram de tão inchadas de crédito fácil.

Agora impõem-nos premência no pagamento das dívidas, aumentam-nas por processos especulativos através de juros imorais. A dimensão do saque é exatamente igual à dimensão do empobrecimento dos povos.

Esta maldita crise prolonga-se porque os pirómanos que a incendiaram se colocaram de imediato nos postos de comando, encenando que a estão a combater, quando, de facto, atiram sobre ela cada vez mais material altamente inflamável. Ao despejarem austeridade e sacrifícios sem fim sobre os trabalhadores e o povo, sabem bem que estão agravando a crise.

Este incêndio podia ter sido contido se quando deflagrou houvesse sensatez, abandono das políticas que lhe deram origem e responsabilização dos que atearam o fogo. A ganância, a insensatez, a iniquidade dos genes fundamentais do sistema capitalista, os interesses egoístas de uma classe dominante, predominaram e continuam a predominar.

Semearam ventos e vão colher tempestades. Mas, no meio do processo, são sempre os povos que sofrem!

Não podemos tolerar por mais tempo esta escabrosa experimentação social a que vimos sendo sujeitos. Trata-se da insistência numa espécie de crença, afirmada quantas vezes com laivos de insanidade mental, que não está muito distante de opções desastrosas observáveis na galeria de horrores da humanidade.

É tempo de mobilização dos povos contra o retrocesso civilizacional e as várias expressões de belicismo em que nos querem meter.

9.28.2012

Policia Agride e Impede Jornalista de Exercer a sua Misssão



Policia Agride e Impede Jornalista de Exercer a sua Missão

Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um processo de averiguações a um dos elementos da segurança do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje à agência Lusa fonte da IGAI.

Fotografia © DR
Numa resposta enviada à Lusa, a IGAI refere que abriu um processo de averiguações a um dos seguranças do primeiro-ministro, elemento do Corpo de Segurança Pessoal da PSP, mas não especificou qual o motivo.
Na quarta-feira, um segurança do primeiro-ministro impediu um operador de câmara de filmar um incidente que envolveu Passos Coelho durante uma deslocação ao Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Lisboa.
À chegada ao ISCSP para uma homenagem a Adriano Moreira, um aluno insultou e assobiou o primeiro-ministro.
Um dos seguranças abordou o alunou para que fosse identificado e impediu um repórter de imagem de filmar a situação.
Pode ver o vídeo do incidente, que passou no Jornal das Oito, na TVI, AQUI.

NB: Em que País já nos encontramos a viver, que um Repórter de imagem já não pode exercer sem impedimentos a sua profissão? Alguém o convidou a estar presente no evento, e para isso lhe pagam, ou será que não? Caros senhores do poder: A liberdade de imprensa é um dos grandes baluartes da liberdade, da democracia e nunca deve ser restringida por forças ou governos despóticos, como este a que estamos assistindo.
Será que regressamos aos tempos da repressão policial, da PIDE, entre outras? Eu fui jornalista durante mais de 26 anos, pelo que o meu dever de plena consciência é estar solidário com este meu colega, que muito pugna pela liberdade de imprensa.
Pelas imagens que as televisões deram a conhecer à opinião pública, este elemento deve ser pura e simplesmente erradicado destas funções enquanto é tempo. Como é possível haver polícias com atitudes destas num País que viveu mais 50 anos de ditadura? Urge dar uma volta a isto enquanto é tempo.
Será que que o Policia não conhece a Constituição da República nesta matéria? Se não a conhece, os seus responsáveis devem coloca-lo a fazer um curso de reciclagem sobre esta matéria no mesmo estabelecimento de ensino que frequenta o jovem por ele “advertido”.
É proibido chamar a um ministro ou aos deputados que nos enganaram o que eles são? Eles até sabem que é verdade, quanto muito podem é ficar admirados como descobrimos essa qualidade negativa. Viva a liberdade de imprensa.

Postado por Joaquim Carlos (jornalista)

Presidente da Direcção da ADASCA Impedido de Terminar a leitura da sua Comunicação na 2: Convenção Nacional de Dadores de Sangue


Reposta a verdade e defendida a honra, desejo, sinceramente, que possamos regressar à paz, ao silêncio e ao trabalho sério, empenhado e anónimo em prol dos doentes. «Se a verdade é ocasião de escândalo, vale mais deixar que se provoquem escândalos do que deixar por isso, de se dizer a verdade.» (S. Gregório Magno, Papa da Igreja).

Joaquim Carlos

A Comunicação pode ser lida neste link.


9.25.2012

Troika propõe corte de apoios financeiros às associações de dadores de sangue



“Troika” quer cortar apoios a associações de Dadores de Sangue

Depois das fundações, chega a vez das associações. Em causa, por exemplo, associações de caçadores, dadores de sangue, recreativas, culturais e desportivas.

As associações também não escapam à “troika”, que quer saber quanto recebem do Estado, para quê e onde se pode cortar. O recado está dado, não obstante as dúvidas levantadas pelo Governo.

 "Troika" exige levantamento sobre associações existentes em Portugal
Mas, primeiro, a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu querem que seja feito um levantamento da realidade existente. O Governo ainda tentou evitar a medida, mas a “troika” não aceitou retirar a questão do memorado de entendimento.

Assim, associações de caçadores, de dadores de sangue, recreativas, culturais ou desportivas preparem-se.

Terminado o processo relativo às fundações, a revisão do memorando de entendimento vai insistir num levantamento das associações não lucrativas existentes em Portugal, com o objectivo de cortar os apoios estatais. Só que há um problema logo à partida: as fundações avaliadas são cerca de meio milhar; as associações são mais de 40 mil.

Na reunião que teve com a “troika” para fazer o balanço do processo das fundações, o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, ainda tentou argumentar com a dimensão da realidade, mas não conseguiu convencer os técnicos internacionais, que consideram ser preciso conhecer a realidade, fazer o seu levantamento e depois tomar decisões.

Decisões que só podem prender-se com cortes de apoios e nunca com quais extinções ou mesmo restrições de actividade.

O Governo também alertou a “troika” para um dado importante a ter em conta: o direito de associação é um direito fundamental da Constituição Portuguesa.

Por: Eunice Lourenço
17-09-2012 às 17: 24 h
Fonte: Rádio Renascença


Dádivas de Sangue Diminuíram neste Verão


Dádivas de sangue diminuíram neste verão
Reservas do país contam cada vez mais com o contributo de novos dadores mais jovens

Por: Redacção / CM  |  25- 9- 2012  19: 2

As reservas de sangue do país contam cada vez mais com o contributo de novos dadores mais jovens, mas ainda assim as dádivas deste ano foram inferiores às do ano passado, revelou o presidente do instituto do sangue, nesta terça-feira.

Fazendo um balanço das campanhas de colheita de sangue no verão, o presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) revelou que houve 45.991 dadores, menos 1.327 no que no mesmo período de 2011 (47.318).

No entanto, Hélder Trindade salientou o facto de se terem registado 8.486 novos dadores, o que corresponde a 18,5% do total de inscritos (no ano passado os novos dadores representavam 12,8% do total).

Além disso, estes novos dadores apresentavam uma média de idades de 33 anos nas mulheres e de 34 anos nos homens, comparativamente com a média geral de 41 anos nos homens e 39 nas mulheres, o que «mostra que a juventude se encontrou envolvida».

Apesar de os resultados das colheitas continuarem inferiores aos do ano passado, Hélder Trindade sublinhou que a campanha de verão permitiu «ultrapassar esta etapa de menor colheita, sem que houvesse falta de sangue nos hospitais».

Desta forma foi possível inverter a quebra de 16% nas dádivas de sangue que se verificou até julho, tendo este acumulado descido para 14% no final de agosto.

«Não deixou de haver quebra, só não é tão acentuada, havendo dados de recuperação», disse, alertando ser provável que o número continue a aumentar, já que a campanha de verão continua mais alguns dias.

Segundo o responsável, à data de hoje a reserva nacional de sangue encontrava-se acima das 11 mil unidades, sendo que com mais de oito mil unidades, considera-se que a «situação é segura».

As quebras nas dádivas que se vinham registando e o facto de os meses de verão serem «mais difíceis» levou o IPST a lançar uma campanha alargada com várias medidas, entre as quais Hélder Trindade destacou o call centre, que contacta todos os dadores que não dão sangue há mais de um ano.

«Só durante este período, o call centre realizou 10.563 telefonemas, tendo mobilizado 1.801 dadores, o que corresponde a uma taxa de sucesso de 17,05%», observou.

Hélder Trindade lembrou, ainda, que as colheitas do IPST cobrem 59% das necessidades do país, cabendo aos hospitais os restantes 41%.

Do total, mais de metade é feita com a cooperação das cerca de 170 associações de dadores de sangue existentes a nível nacional, que contam com um financiamento do IPST de aproximadamente 600 mil euros por ano(?).

Questionado sobre se está previsto algum corte nestes apoios, Hélder Trindade disse que a proposta de orçamento já está em discussão e que não há qualquer indicação nesse sentido, até porque «um corte sério poderia causar dificuldades nas associações».

Obs: Quanto custou as 10.563 chamadas ao IPST? Ficaram mais baratas do que a retirada das taxas moderadoras? Mais, tenho sérias dúvidas dos valores apresentados em forma de apoios financeiros às associações, tendo em conta que a redução na sua maioria foi mais de 30%.


9.23.2012

Links de Diversos Órgãos de Comunicação Social


Links diversos do Jornal Notícias Ribeirinhas


Alusivo à 2ªConvenção Nacional de Dadores de Sangue em Viana do Castelo

Gravação da TSF com José Passos e Hélder Trindade

Com imagens

Gravação da TSF com José Passos e Hélder Trindade

Com imagens
Depois das fundações, chega a vez das associações. Em causa, por exemplo, associações de caçadores, dadores de sangue, recreativas, culturais e desportivas.


Links postados por Joaquim Carlos - ADASCA

Entregaram de Bandeja o Controle das Futuras Convenções


Entregaram de bandeja o controle das futuras Convenções Nacionais de Dadores de Sangue à FEPODABES

Gostaríamos de saber de que modo o presidente da ADASCA, Joaquim Carlos, foi impedido de concluir a leitura da sua comunicação. Vítor Santos (Maior Tv). A esta pergunta dei a seguinte resposta:

1 - Como já foi informado, a ADASCA da qual sou seu principal fundador e presidente da Direcção há 6 anos, realizou a 1ª. Convenção em Aveiro no ano transacto, tendo posteriormente através da minha pessoa no decorrer de uma reunião de associações de dadores em Guimarães, passado o testemunho para que a 2ª. Convenção fosse realizada pela Associação de Dadores de Sangue do Distrito de Viana do Castelo, o que veio a concretizar-se ontem.

Bem podia ter ali esse compromisso
2 - Como associação anfitriã da 1ª. Convenção, era minha/nossa pretensão para além da apresentação duma Comunicação na 2ª. no final dar a conhecer qual era a nossa opinião de como deviam ser realizadas as Convenções futuras, ou seja: ser eleita uma Comissão de Apoio que iria funcionar na retaguarda da associação que fosse designada para realizar a próxima.

3 - Essa Comissão seria composta pela ADASCA de Aveiro, Associação de Dadores de Viana do Castelo e Guimarães, provavelmente mais outra. Não me foi dada a possibilidade tão pouco para concluir os ultimos três parágrafos da minha Comunicação, tendo sido interrompido por diversas vezes, quiçá pela agressividade dos termos que usei no texto.

4 - É verdade que o tempo disponível para cada interveniente era de 15 minutos, mas, alguns ultrapassaram em muito o tempo permitido, sem que eu tenha manifestado o meu desagrado. Devia ter imperado a melhor compreensão entre os convencionistas e isso não aconteceu. Tivemos uns mais iguais do que outros.

5 - Provavelmente, se a ADASCA não tivesse avançado com a passagem de testemunho para a realização da 2ª. Convenção, esta quiçá não se teria realizado, era o mais natural, tendo em conta que em Portugal nada se tinha realizado do género, pelo menos do meu conhecimento.

6 - Foram apresentadas apenas três moções, nenhuma delas foi apreciada e votada pela ADASCA, porque abandonamos o local antes. Esta 2ª. Convenção foi tudo menos imparcial em matéria partidária, foi perceptível em algumas intervenções.

7 - Embora tenha sido eleita a associação de dadores de sangue de Santarém para realizar a 3ª. Convenção em Março do próximo ano de acordo com a informação avançada hoje na imprensa, o certo é que entregaram de bandeja à Fepodabes o controle das futuras Convenções, como ainda a representação destas associações junto do Ministério da Saúde. A ADASCA queria evitar que isso acontecesse, não conseguiu, na medida em que umas das condições avançadas por nós, é que as Convenções deviam ser realizadas por associações ou grupos independentes, tal coma 1ª. que decorreu em Aveiro.

8 - Senti-me vexado, ofendido e humilhado naquela 2ª. Convenção. Muitos dos presentes queriam ver-me pelas costas, conseguiram-no lá, mas, não o vão conseguir noutros campos, porque no futuro jamais vão contar com a nossa presença seja em que iniciativa venha a ser realizada.

Sinto-me profundamente ofendido na qualidade de dirigente associativo, além do mais, faltou autoridade aos elementos coordenadores de mesa de ordem de trabalhos, caso contrário não se tinha registado aquela falta de decoro.

Faltou dignidade moral e intelectual àquela 2ª Convenção, eu senti os efeitos na pele. Todo o homem tem direito, além da sua tranquilidade psíquica, à sua valorização social, valores que não abdico por qualquer preço, ainda menos no decorrer de uma Convenção do género. Esteve mais em causa outros interesses do que a defesa dos direitos dos dadores. O tempo vai ser testemunha do que aqui afirmo. Com o apoio da ADASCA nunca mais vão contar. 

O mundo da dádiva de sangue está tão inquinado como o Decreto-lei que retirou a isenção das taxas moderadoras aos dadores de sangue nos hospitais. Andam por lá pessoas que devem distanciar-se permitir que os bem intencionados trabalhem a favor dos que estendem os braços. Os dadores de sangue devem estar bem atentos, e procurarem saber quem são os dirigentes que os representam e o que andam por ai a fazer nas suas costas.

Pela parte da ADASCA, fica uma certeza: jamais os atraiçoarei pelo menos enquanto for Presidente da Direcção, longe de mim defraudar a confiança que sempre depositaram na minha pessoa desde o ano de 2006.

Cordialmente,
Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA

Bem podia ter ali esse compromisso



9.22.2012

À Comunicação Social


À Comunicação Social Nacional
C/C ao Sr. Ministro da Saúde
e IPST

Presidente da Direcção da ADASCA foi impedido de concluir a leitura da sua Comunicação na 2ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue em Viana do Castelo

Entregaram de bandeja a realização das futuras Convenções Nacionais de Dadores de Sangue à FEPODABES. São todos defensores da verdade, mas, nem sequer permitiram que o Presidente da Direcção da ADASCA conclui-se a apresentação da sua Comunicação na 2ª. Convenção em Viana do Castelo, quando a ADASCA foi a anfitriã desta iniciativa em Aveiro no ano de 2011.
Assim não vamos longe, os dadores continuam a não ter quem defenda os seus “direitos”, pois existem interesses pouco transparentes a falar mais alto, essa a percepção que se fez sentir.
A ADASCA desmarcou-se deste movimento, que desde a primeira hora assinou de cruz as posições das suas congéneres de Guimarães e Viana do Castelo. Foi notório a falta de respeito pelos diferentes pontos de vista, dando assim a entender que os objectivos desta 2ª. Convenção já estavam delineados e consumados antes de se dar inicio à ordem de trabalhos.
Assim sendo, desautorizamos quem quer que seja a falar em nosso nome, fique claro, aliás, abandonamos o local antes do término dos trabalhos, não tendo votado sequer qualquer moção, porque o desconforto que nos invadiu foi tão profundo que não havia condições para ali continuarmos.
Na 1ª. Convenção em Aveiro, a ADASCA foi bem mais liberal, democrática e tolerante para com os participantes. Francamente, não esperávamos por este tratamento, lá diz o ditado: as atitudes ficam com que as praticam.
A ADASCA vai continuar independente, sendo esta na nossa opinião a melhor solução. Ao contrário do que foi posto a circular, nunca necessitamos de nos colar a quem quer que seja, nem no passado, nem no presente e no futuro, garantidamente. Não somos perfeitos, mas sabemos o que queremos.
A mensagem que acabou por não ser lida na íntegra, está disponível no site da ADASCA, e Blog para que todos tenham acesso a ela, sem qualquer alteração.
A partir de hoje nem mais um e-mail será enviado para as outras associações.  Se porventura alguém se queria ver livre de nós, está consumada essa vontade.
A ADASCA orgulha-se pelo que conseguiu fazer até aqui em prol dos dadores de sangue seus associados, com os olhos bem virados para o futuro, assim vamos seguir o nosso caminho, com a mesma determinação, dedicação e coragem que desde o princípio nos tem acompanhado, nunca isentos de cometer erros. Vamos manter-nos atentos.

Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA
Site:www.adasca.pt

Aveiro, 23 de Setembro de 2012
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Mensagem para a 2ª. Convenção Nacional de Dadores de
Sangue em Viana do Castelo

Será o dador de sangue um herói?

A Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro – ADASCA, existe há cerca de 5 anos e 7 meses, é de âmbito concelhio, com Sede e Posto Fixo localizado no Mercado Municipal de Santiago, representando nesta data cerca de 3013 dadores de sangue associados de pleno direito.
Iniciou as suas actividades de colheita de sangue em Dezembro de 2006 nos Bombeiros Velhos de Aveiro, com o decorrer do tempo alargado as suas actividades por algumas empresas e estabelecimentos de ensino da região. A ADASCA no âmbito das suas actividades alicerça-se em três áreas constantes nos respectivos estatutos: assistência Médica a dadores e Ex dadores de sangue seus associados, Campanhas de Sensibilização para a Dádiva de Sangue e claro, a realização de 4 brigadas por mês no seu Posto Fixo.
Todos os anos procuramos comemorar as datas mais salientes do Calendário, nomeadamente o Dia Mundial da Saúde, Dia Internacional do Voluntariado, Dia Nacional de Dador de Sangue e o Dia Mundial do Dador, sempre de forma diferente.
Isso mesmo aconteceu com a comemoração do Dia Mundial do Dador de Sangue este ano teve como lema: “Cada Dador de Sangue é um Herói”, este o lema escolhido pelo Comissário Dalli. Feita esta sintética apresentação, vou entrar no campo que mais nos interessa, e começo por colocar a seguinte questão:
- Em que País da União Europeia o dador é assim considerado e respeitado? Em Portugal, garantidamente que não, por cá tiram-nos o sangue com uma mão e com a outra vão-nos á carteira obrigando-nos a pagar as taxas moderadoras nos hospitais, quando estes necessitam do nosso precioso líquido. Em Portugal os dadores de sangue não são vistos como heróis, mas como elementos duma economia de escala, triturando a pouca dignidade que nos assiste.
A palavra herói é demasiada grave para ser usada e abusada pelos políticos que habitam em cada carteira do dador de sangue. Movido pela curiosidade do conceito de herói decidi consultar o dicionário complementar de Augusto Moreno a fim de compreender o seu real significado ficando a saber que um Herói é: “Homem extraordinário pelas suas proezas guerreiras, pelo seu valor ou magnanimidade; protagonista de uma obra literária; (…) Homem ilustre por feitos de grande coragem”.
Pela forma como os dadores começaram a ser tratados pelo ministério da saúde, através da aplicação do Decreto-lei nº. 113/2011 de 29 de Novembro, somos levados a crer que não somos assim tão necessários. A ser verdade, porque nos incomodam tanto para doarmos sangue e sensibilizar outros a fazê-lo? Os dadores que doaram sangue regularmente nos hospitais durante anos, e os que ainda o fazem, no caso de necessitarem de cuidados médicos urgentes, é justo pagarem para lhes tratarem da saúde? Mesmo que se trate de episodio pontual? Não devia ser ele tratado como um herói, já que alguém diz que é?
 Dador que é dador de sangue, atendendo à delicadeza das suas motivações solidárias, sempre com o seu pensamento centrado no doente que dele necessita, sente-se naturalmente indignado com este género de tratamento, quando na verdade devia ser o SNS a tratá-lo de forma empenhada, para que volte a doar sangue de novo o mais breve possível.
Quiçá sejamos mais heróis pela paciência que nos assiste, e não tanto pelo gesto solidário que possa encerrar. Herói é o senhor ministro da saúde pela coragem e determinação que tem evidenciado ao longo do tempo em manter a obrigatoriedade aos dadores no pagamento dos valores das taxas moderadoras, quando estes deviam estar isentos, sentindo-se ainda mais motivados a comparecer nos locais de colheitas.
O erro legislativo cometido pelo ministro em questão não pode ser imputado aos inocentes, a saber: dadores de sangue e às associações que representam estes.
A solução está nas suas mãos, sem mais argumentações: reponha a isenção e terá os dadores de regresso. Quando isso acontecer, o herói é o ministro da saúde e não os dadores ou movimento associativo. Quer queiramos ou não, a actual situação deve ser imputada ao seu autor moral e material. Esta é a verdade crua e nua que deve ser por ele assumida. Aliás, já a reconheceu mais do que uma vez em declarações à imprensa.
As qualidades de um verdadeiro herói são a força moral, a coragem e a disposição para ajudar os outros. Os heróis que perduram através dos tempos são aqueles que ajudam a libertar as pessoas da doença, pobreza ou da fome. Pelo que o senhor ministro da saúde vai ficar para a história como um herói, numa versão diferente, infeliz, porque penalizou quem é solidário.
A terminar a minha intervenção nesta 2ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue, permitam-me acrescente apenas uma consideração:
 – Os dadores de sangue dão prejuízo ou lucro ao ministério da saúde versus IPST?
Ora vejamos os valores constantes no mapa que nos foi enviado e que diz respeito somente ao CHBV, para além de outros cuja facturação está devidamente detalhada conforme se segue a 90 dias: 247.835€, 90 a 100 dias: 385.477€, 180 a 360 dias: 879.197€, 360 a 540 dias: 231.491€, de 540 a 720 dias 84.688€, finalmente a 720 dias: 142.356€, somando assim um total de 1.971.045€.
No ofício nº. 2908/SEAPI datado do dia 19 de Junho pode ler-se que “tendo sido solicitada a competente informação à Administração Central do Sistema de Saúde, IP, sobre os valores em dívida ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (ACSS), IP., nos foi transmitido que, em 31.12.2011, ao então Instituto Português do Sangue, I.P., se encontra dívida da parte dos serviços hospitalares públicos, o valor de 45.635.600€” e continua: “Mais nos foi informado de que, a ACSS, IP não dispõe de informação sobre os valores em dívida àquele instituto por parte dos serviços hospitalares privados”.
Será que o montante desta dívida está relacionado com o corte brutal nos subsídios neste ano às associações dadores de sangue? Tudo indica que sim, mas, que culpa temos nós? Cumprimos com o nosso dever. Por nos informaram que a redução dos subsídios estava relacionada com a contenção de despesas? Engaram-nos na medida em que somos parceiros na promoção da dádiva.
Seria bom que os hospitais limpassem a sua imagem o mais breve possível, não deixando porém de respeitar a dignidade dos dadores sangue, sempre que estes sejam obrigados a dirigir-se a qualquer hospital. Afinal, está provado que os dadores e as suas associações têm influência na economia do País. O nosso sangue além ser vida, é ouro os números falam por si. Alguém poderá questionar: o que a ADASCA tem a ver com isto? Muito.
Somos voluntários, solidários mas não escravos de quem quer que seja. Muito há a dizer noutras áreas, mas, como não o tempo é escasso, creio que já disse o que basta. Enquanto Fundador e Presidente da Direcção da ADASCA, sempre assumi e assumo as responsabilidades dos seus actos e das minhas palavras, seja em que circunstância for, pelo que repúdio as declarações crítica que alguns dirigentes associativos fizeram visando a minha pessoa. Não os conheço como nunca lhes apertei a mão. Este divisionismo interessa sempre a alguém, tenhamos isso em linha de conta.
Reposta a verdade e defendida a honra, desejo, sinceramente, que possamos regressar à paz, ao silêncio e ao trabalho sério, empenhado e anónimo em prol dos doentes. «Se a verdade é ocasião de escândalo, vale mais deixar que se provoquem escândalos do que deixar por isso, de se dizer a verdade.» (S. Gregório Magno, Papa da Igreja).

Joaquim Carlos
Fundador/Presidente da Direcção da ADASCA
Aveiro, 22 de Setembro de 2012

NB: Esta a Mensagem que o Presidente da Direcção da ADASCA foi impedido de concluir a sua leitura no decorrer da 2ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue em Viana do Castelo.



9.21.2012

O Povo e o Estado



O Povo e o Estado
Os interessados em ler na íntegra o artigo de Opinião desta semana, no Jornal Notícias Ribeirinhas podem aceder ao mesmo através do link abaixo. Enviem os vossos comentários ou sugestões.
O último link contém declarações sobre o Estatuto do Dador de Sangue, vale a pena ouvir.








Vamos em frente, por mim tudo farei para não defraudar os leitores das minhas reflexões semanais. Vivemos numa sociedade de comunicação e quem tem a informação sente-se muito mais incitado que antes a oferece-la ao publico.
A liberdade de imprensa é um dos grandes baluartes da liberdade e nunca deve ser restringida por forças ou governos despóticos. 





Como sempre ao dispor,

Joaquim Carlos
(Jornalista TE nº. 525)

Para visionar o Artigo de Opinião: Deveres e Direitos Consagrados no Estatuto do Dador de Sangue, basta clicar no link abaixo em azul.
Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA

NB: as respostas podem ser enviadas para o geral@adasca.pt.
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9.16.2012


Nomeações da Saúde dominadas por interesses ilegítimos

Nomeações chumbadas por unanimidade

Por que há tanta polémica sobre nomeações para cargos intermédios na Saúde? Antes de mais a mecânica do processo: o ministro escolhe os presidentes das administrações regionais de Saúde (ARS). Quem? Com que currículo? Com que grau de confiança? Abre-se a primeira porta para o cartão partidário entrar em ação (ou não). Depois as ARS nomeiam diretores-executivos, que por sua vez têm de nomear presidentes de conselhos clínicos de cada Agrupamento de Centros de Saúde (ACES). E em cada um deles é necessário indicar três vogais para acompanhar o presidente na gestão quotidiana destes serviços: um médico de saúde pública, um enfermeiro especialista e um técnico de saúde. Está visto que a margem de subjetividade e politização local deste processo é imensa. Alguma vez será possível gerir o setor público como se gere o privado?
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Painel: 1. Há uma politização excessiva na nomeação para cargos da Saúde em Portugal?  2. A ter de escolher um corte no Orçamento (público) da Saúde, qual faria?  3. A regularização das listas de espera para consultas e intervenções cirúrgicas do Serviço Nacional de Saúde está a MELHORAR 
MUITO/MELHORAR/ESTÁVEL/PIORAR/UM CAOS

António Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João :
1. Em Portugal não se vive em democracia, mas em demagogia. Este sistema político demagógico, agravado pelas paroquialidade e endogamia quase familiar que nos dominam, constitui um caldeirão onde fermentam o clientelismo e a corrupção. O que tem acontecido nos últimos decénios tem mais a ver com nomeações dominadas por interesses ilegítimos do que com a politização das mesmas nomeações.

2. Não necessita de cortes, mas de um independente e corajoso combate ao desperdício, a começar pela área do medicamento e dispositivos médicos (onde se gastam milhões sem qualquer benefício que não seja o do lucro imoral da indústria farmacêutica internacional), passando pelos recursos humanos (onde algumas castas beneficiam de um favorecimento inaceitável) e chegando aos subsistemas de Saúde (que apenas existem para desviar fundos públicos para o financiamento da iniciativa privada, sem os quais ela é insustentável).
3. Estável
JN 15/09/2012 

Estas foram as questões colocadas a sete personalidades ligadas à Saúde (Isabel Vaz, Manuel Antunes, Maurício Barbosa, António Ferreira, Nuno Sousa, Paulo Mendo e Purificação Tavares). link Com naturais divergências de opinião, foram unânimes quanto ao ponto 1, concordando que nas nomeações para cargos dirigentes do SNS a competência é subalternizada. Pela clarividência, destaca-se a posição do Presidente do CA do Hospital S. João. Se é certo que o SNS é vítima de uma politização ilegítima na selecção de cargos, no que respeita a interesses económicos ilegítimos o sector privado, quase sempre parasitando o público, pede meças.

Tavisto
Etiquetas: Tá visto, XIX gov
POSTED BY XAVIER AT 4:54 P.M.
DOMINGO, SETEMBRO 16



Opinião de José Gomes Ferreira



José Gomes Ferreira: Contra a TSU, pela austeridade
OPINIÃO

O autêntico suicídio político, que Passos Coelho iniciou no dia 7 e Vítor Gaspar aprofundou no dia 11 de Setembro, está a dar azo a interpretações que ameaçam desvirtuar a discussão sobre as alterações propostas para a Taxa Social Única.

A alteração da TSU não é uma medida de austeridade porque não representa um contributo decisivo para a redução do défice, mas foi interpretada como tal e esta a fazer alargar perigosamente a contestação a outras medidas, essas sim destinadas à redução do défice, que são importantes e não têm alternativa.

 José Gomes Ferreira -Subdiretor de Informação SIC 
Por outras palavras, esta medida é um erro crasso e arrisca-se a bloquear toda a austeridade que está em marcha e tem de mesmo de ser reforçada até ao fim do programa de assistência financeira.

O aumento de 64 por cento do desconto dos trabalhadores para a Segurança Social, elevando a taxa de 11 para 18 por cento, deverá gerar receitas de 2.800 milhões de euros. A devolução de 2.300 milhões de euros aos patrões, através da redução da parte do desconto das empresas sobre o salário dos trabalhadores, de 23,75 para 18 por cento, torna inútil a maior parte deste esforço das famílias, ataca de morte a procura interna e deixa apenas 500 milhões de euros para combater o défice. Uma gota de água num oceano de dificuldades, que o próprio Governo já quantificou em 4.900 milhões de euros no ano de 2013. Também por isso, esta medida é um erro, nem sequer se destina a cobrir aquele défice.

Mas esta medida é um erro monumental, sobretudo porque transfere um cheque chorudo, de 2.300 milhões de euros, de famílias aflitas para empresas que não podem garantir a criação de emprego porque isso não faz nenhum sentido – simplesmente porque o mercado não está a crescer, está a diminuir. E vai diminuir ainda mais, precisamente como consequência desta medida. Ninguém em seu perfeito juízo investe em maquinaria e contrata empregados para produzir sem nenhuma garantia de venda. O resultado seria apenas aumentar os stocks de bens. No caso dos serviços nem isso é possível, mais trabalhadores ficariam de braços cruzados.

E, acima de tudo, esta medida é um erro moral porque transfere dinheiro para quem não o merece, bem pelo contrário.

Sem teorizar agora sobre todas as causas da crise económica e financeira em que vivemos, é muito importante recordar os seguintes factos:

1.     Culpada da crise foi a esquerda irresponsável, partidos e sindicatos que andaram anos a fio, décadas a fio, a reclamar aumentos salariais, benesses e isenções sem fim, esquecendo completamente o baixo nível de produção e o baixíssimo nível de produtividade do país. Contribuíram decisivamente para o aumento do endividamento público e, por consequência, da dívida externa.
2.     Culpados da crise foram os políticos irresponsáveis, todos os políticos irresponsáveis de esquerda, de centro e de direita, que estiveram no poder e que não puderam, não souberam ou não quiseram contrariar esta pressão, tirando dela proveito para se reeleger.
3.     Culpada da crise foi a direita dos interesses que, em conluio entre grandes empresas, bancos, construtoras, consultoras, deputados e governantes, atirou o país para o mais elevado nível de endividamento de que há registo deste 1870 face ao Produto Interno Bruto. Mais grave do que o endividamento – stock – este conluio levou à criação de obrigações permanentes do Estado – fluxos - durante mais de 30 anos, que representam pagamentos anuais de muitos milhares de milhões de euros a essas empresas, arruinado as finanças nacionais e comprometendo o futuro, não de uma, mas de várias gerações. O espelho e corolário deste conluio foi a estratégia de financiamento da Estadas de Portugal desenhada em 2007 por José Sócrates, Mário Lino e Paulo Campos, com um horizonte temporal de mais de 70 anos! Feito notável para quem foi eleito por apenas 4 anos, obrigando o Estado a pagar milhares de milhões de euros aos parceiros privados de conluio durante mais de três décadas. Não só amarraram o Estado a uma loucura financeira como conseguiram resguardar as empresas beneficiárias das agruras próprias do mercado concorrencial saudável, deixando-as em mercado protegido durante décadas.
Estas empresas são as mesmas que nos cobram os combustíveis (sem impostos, que é a comparação legítima) muito acima da média europeia; que nos vendem a electricidade a um preço insuportável e nos avisam por carta que vão aumentar ainda mais as tarifas quando o mercado for liberalizado (conceito único no mundo para uma liberalização); que cobram alguns – sublinho, alguns – serviços de telecomunicações que podiam ser bem mais baratos; que nos cobram comissões por serviços financeiros e utilização de cartões e outras facilidades ao nível de países ricos; que esmagam preços da produção nacional a um nível abaixo do limiar de sobrevivência para muitos produtores; que beneficiam do fundamentalismo da ASAE, essa entidade radical que não questiona leis feitas para economias como as da Escandinávia e aplica-as de forma implacável, fechando micro e pequenas empresas por todo o país e atirando os clientes para os médios e grandes interesses – se não é essa a causa é esse o efeito.

Pensávamos nós portugueses – foi-me dito pessoalmente por fonte do Governo, logo a seguir à cerimónia de posse - que a entrada em funções de um novo Governo em situação de resgate financeiro internacional tinha sido feita para combater todos estes lobbies obscuros e todos os grupos de pressão mais ou menos declarados – o próprio memorando da Troika o exige, ao obrigar ao corte dos pagamentos na energia e nas parcerias publico - privadas e à abertura de mercados a funcionar em monopólio e oligopólio no sentido da verdadeira liberalização; que tinha sido eleito para reduzir o défice de forma permanente e sustentada, cortando despesa e só aumentando a receita do Estado na medida da urgência do calendário e da dificuldade inicial de executar os cortes; que tinha sido eleito para procurar consenso sempre que possível, mas para atuar com determinação se, e só se, não fosse possível obter este consenso.

Enganámo-nos.

Com a mega-transferência de riqueza das famílias para as empresas, através da TSU, o Governo em vez de penalizar as empresas, bancos, construtoras, que nos prejudicaram, dá-lhes um prémio. Não resolve o défice e dá-lhes um prémio chorudo.

Os empresários que não tiveram culpa nenhuma desta crise melhoram a tesouraria, mas apenas durante algum tempo. Logo a seguir, a procura interna contrai-se de tal forma que anula todos os ganhos.

Mas o maior efeito não é económico nem financeiro. É político e social. O Governo deu cabo de um capital mais precioso que o ouro, o dinheiro, as divisas – em 20 minutos destruiu o capital de credibilidade técnica e de confiança política – o bem mais valioso que pode haver em democracia.

As manifestações deste sábado, as maiores desde o período pós 25 de Abril, são a prova desta destruição e do equívoco que se está a gerar no debate sobre a TSU, que não é austeridade, é roubo – ninguém exigiu nas ruas que o cheque da devolução das contribuições seja retirado aos grandes interesses económicos que foram culpados da crise. Os slogans das manifestações não chegam, nem podem chegar a este grau de pormenor. Toda a gente exigiu nas ruas o fim da austeridade.

E aqui está o perigo maior: o governo deu cabo da aceitação pelo povo de todas as outras medidas de austeridade que foram anunciadas na terça-feira – e essas sim são necessárias para combater o défice. Agora ninguém mais quer austeridade – nenhuma, seja razoável e incontornável ou não.

Isto era o que não devia, não podia ter acontecido. Este é o caminho mais curto para Atenas e a direção oposta de Dublin. Mas agora os culpados não são os sindicatos nem os partidos de esquerda, é o próprio Governo. Se não recuar está perdido. E se recuar, estará irremediavelmente ferido. Até à saída é uma questão de tempo, jamais chegará ao final desta legislatura.

Mais duas notas:

1.     quem escreveu num editorial de um jornal semanário, que só agora os protestos sobem de tom porque foi cortado um salário no setor privado - quando os funcionários públicos já tinham dos salários cortados - e que a austeridade era inevitável, pelo que não percebia os protestos – de facto não percebeu o que foi anunciado para a TSU: que esta não vai reduzir o défice mas sim dar um cheque chorudo também a quem não o merece. Convém não inquinar o verdadeiro debate…
2.     Que se passa na cabeça do ministro da Solidariedade e Segurança Social? Não foi Pedro Mota Soares quem, há pouco mais de três meses, apresentou ao país a ideia estapafúrdia e perigosa de aplicar um plafond aos descontos para a segurança social sobre os salários mais altos, porque o sistema não podia assumir tantas responsabilidades com pensões, reduzindo no imediato o financiamento do sistema e só obtendo alguns ganhos teóricos no longo prazo? Este mesmo ministro é referido pelo Primeiro - Ministro como um dos autores da alteração da TSU que vai cobrar mais 2.800 milhões de euros aos trabalhadores para devolver 2.300 aos patrões e o excedente – apenas 500 milhões – vai para combater o défice. Isto é, a alteração não representa oficial e declaradamente nem mais um tostão para reforçar o sistema de Previdência, o cofre para pagar as nossas reformas. Pedro Mota Soares quer cobrar mais 64 por cento de TSU aos trabalhadores, mas agora já não precisa deste dinheiro para reforçar o sistema? Será distração, ou outra coisa com um nome bem mais feio?

José Gomes Ferreira
Opinião de José Gomes Ferreira
Subdiretor de Informação SIC
16.09.2012 14:29