9.16.2012


Nomeações da Saúde dominadas por interesses ilegítimos

Nomeações chumbadas por unanimidade

Por que há tanta polémica sobre nomeações para cargos intermédios na Saúde? Antes de mais a mecânica do processo: o ministro escolhe os presidentes das administrações regionais de Saúde (ARS). Quem? Com que currículo? Com que grau de confiança? Abre-se a primeira porta para o cartão partidário entrar em ação (ou não). Depois as ARS nomeiam diretores-executivos, que por sua vez têm de nomear presidentes de conselhos clínicos de cada Agrupamento de Centros de Saúde (ACES). E em cada um deles é necessário indicar três vogais para acompanhar o presidente na gestão quotidiana destes serviços: um médico de saúde pública, um enfermeiro especialista e um técnico de saúde. Está visto que a margem de subjetividade e politização local deste processo é imensa. Alguma vez será possível gerir o setor público como se gere o privado?
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Painel: 1. Há uma politização excessiva na nomeação para cargos da Saúde em Portugal?  2. A ter de escolher um corte no Orçamento (público) da Saúde, qual faria?  3. A regularização das listas de espera para consultas e intervenções cirúrgicas do Serviço Nacional de Saúde está a MELHORAR 
MUITO/MELHORAR/ESTÁVEL/PIORAR/UM CAOS

António Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João :
1. Em Portugal não se vive em democracia, mas em demagogia. Este sistema político demagógico, agravado pelas paroquialidade e endogamia quase familiar que nos dominam, constitui um caldeirão onde fermentam o clientelismo e a corrupção. O que tem acontecido nos últimos decénios tem mais a ver com nomeações dominadas por interesses ilegítimos do que com a politização das mesmas nomeações.

2. Não necessita de cortes, mas de um independente e corajoso combate ao desperdício, a começar pela área do medicamento e dispositivos médicos (onde se gastam milhões sem qualquer benefício que não seja o do lucro imoral da indústria farmacêutica internacional), passando pelos recursos humanos (onde algumas castas beneficiam de um favorecimento inaceitável) e chegando aos subsistemas de Saúde (que apenas existem para desviar fundos públicos para o financiamento da iniciativa privada, sem os quais ela é insustentável).
3. Estável
JN 15/09/2012 

Estas foram as questões colocadas a sete personalidades ligadas à Saúde (Isabel Vaz, Manuel Antunes, Maurício Barbosa, António Ferreira, Nuno Sousa, Paulo Mendo e Purificação Tavares). link Com naturais divergências de opinião, foram unânimes quanto ao ponto 1, concordando que nas nomeações para cargos dirigentes do SNS a competência é subalternizada. Pela clarividência, destaca-se a posição do Presidente do CA do Hospital S. João. Se é certo que o SNS é vítima de uma politização ilegítima na selecção de cargos, no que respeita a interesses económicos ilegítimos o sector privado, quase sempre parasitando o público, pede meças.

Tavisto
Etiquetas: Tá visto, XIX gov
POSTED BY XAVIER AT 4:54 P.M.
DOMINGO, SETEMBRO 16



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