Nomeações da Saúde dominadas por interesses ilegítimos
Nomeações
chumbadas por unanimidade
Por
que há tanta polémica sobre nomeações para cargos intermédios na Saúde? Antes
de mais a mecânica do processo: o ministro escolhe os presidentes das
administrações regionais de Saúde (ARS). Quem? Com que currículo? Com que grau
de confiança? Abre-se a primeira porta para o cartão partidário entrar em ação
(ou não). Depois as ARS nomeiam diretores-executivos, que por sua vez têm de
nomear presidentes de conselhos clínicos de cada Agrupamento de Centros de Saúde
(ACES). E em cada um deles é necessário indicar três vogais para acompanhar o
presidente na gestão quotidiana destes serviços: um médico de saúde pública, um
enfermeiro especialista e um técnico de saúde. Está visto que a margem de
subjetividade e politização local deste processo é imensa. Alguma vez será
possível gerir o setor público como se gere o privado?
…………………
Painel:
1. Há uma politização excessiva na nomeação para cargos da Saúde em
Portugal? 2. A ter de escolher um corte
no Orçamento (público) da Saúde, qual faria?
3. A regularização das listas de espera para consultas e intervenções
cirúrgicas do Serviço Nacional de Saúde está a MELHORAR
MUITO/MELHORAR/ESTÁVEL/PIORAR/UM CAOS
António
Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João :
1. Em Portugal não se vive em democracia, mas em demagogia. Este sistema
político demagógico, agravado pelas paroquialidade e endogamia quase familiar
que nos dominam, constitui um caldeirão onde fermentam o clientelismo e a
corrupção. O que tem acontecido nos últimos decénios tem mais a ver com
nomeações dominadas por interesses ilegítimos do que com a politização das
mesmas nomeações.
2.
Não necessita de cortes, mas de um independente e corajoso combate ao
desperdício, a começar pela área do medicamento e dispositivos médicos (onde se
gastam milhões sem qualquer benefício que não seja o do lucro imoral da
indústria farmacêutica internacional), passando pelos recursos humanos (onde
algumas castas beneficiam de um favorecimento inaceitável) e chegando aos
subsistemas de Saúde (que apenas existem para desviar fundos públicos para o
financiamento da iniciativa privada, sem os quais ela é insustentável).
3. Estável
JN
15/09/2012
Estas
foram as questões colocadas a sete personalidades ligadas à Saúde (Isabel Vaz,
Manuel Antunes, Maurício Barbosa, António Ferreira, Nuno Sousa, Paulo Mendo e
Purificação Tavares). link Com naturais divergências de opinião, foram unânimes
quanto ao ponto 1, concordando que nas nomeações para cargos dirigentes do SNS
a competência é subalternizada. Pela clarividência, destaca-se a posição do
Presidente do CA do Hospital S. João. Se é certo que o SNS é vítima de uma
politização ilegítima na selecção de cargos, no que respeita a interesses
económicos ilegítimos o sector privado, quase sempre parasitando o público,
pede meças.
Tavisto
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Tá visto, XIX gov
POSTED BY XAVIER AT 4:54 P.M.
DOMINGO, SETEMBRO 16
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