9.22.2012

À Comunicação Social


À Comunicação Social Nacional
C/C ao Sr. Ministro da Saúde
e IPST

Presidente da Direcção da ADASCA foi impedido de concluir a leitura da sua Comunicação na 2ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue em Viana do Castelo

Entregaram de bandeja a realização das futuras Convenções Nacionais de Dadores de Sangue à FEPODABES. São todos defensores da verdade, mas, nem sequer permitiram que o Presidente da Direcção da ADASCA conclui-se a apresentação da sua Comunicação na 2ª. Convenção em Viana do Castelo, quando a ADASCA foi a anfitriã desta iniciativa em Aveiro no ano de 2011.
Assim não vamos longe, os dadores continuam a não ter quem defenda os seus “direitos”, pois existem interesses pouco transparentes a falar mais alto, essa a percepção que se fez sentir.
A ADASCA desmarcou-se deste movimento, que desde a primeira hora assinou de cruz as posições das suas congéneres de Guimarães e Viana do Castelo. Foi notório a falta de respeito pelos diferentes pontos de vista, dando assim a entender que os objectivos desta 2ª. Convenção já estavam delineados e consumados antes de se dar inicio à ordem de trabalhos.
Assim sendo, desautorizamos quem quer que seja a falar em nosso nome, fique claro, aliás, abandonamos o local antes do término dos trabalhos, não tendo votado sequer qualquer moção, porque o desconforto que nos invadiu foi tão profundo que não havia condições para ali continuarmos.
Na 1ª. Convenção em Aveiro, a ADASCA foi bem mais liberal, democrática e tolerante para com os participantes. Francamente, não esperávamos por este tratamento, lá diz o ditado: as atitudes ficam com que as praticam.
A ADASCA vai continuar independente, sendo esta na nossa opinião a melhor solução. Ao contrário do que foi posto a circular, nunca necessitamos de nos colar a quem quer que seja, nem no passado, nem no presente e no futuro, garantidamente. Não somos perfeitos, mas sabemos o que queremos.
A mensagem que acabou por não ser lida na íntegra, está disponível no site da ADASCA, e Blog para que todos tenham acesso a ela, sem qualquer alteração.
A partir de hoje nem mais um e-mail será enviado para as outras associações.  Se porventura alguém se queria ver livre de nós, está consumada essa vontade.
A ADASCA orgulha-se pelo que conseguiu fazer até aqui em prol dos dadores de sangue seus associados, com os olhos bem virados para o futuro, assim vamos seguir o nosso caminho, com a mesma determinação, dedicação e coragem que desde o princípio nos tem acompanhado, nunca isentos de cometer erros. Vamos manter-nos atentos.

Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA
Site:www.adasca.pt

Aveiro, 23 de Setembro de 2012
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Mensagem para a 2ª. Convenção Nacional de Dadores de
Sangue em Viana do Castelo

Será o dador de sangue um herói?

A Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro – ADASCA, existe há cerca de 5 anos e 7 meses, é de âmbito concelhio, com Sede e Posto Fixo localizado no Mercado Municipal de Santiago, representando nesta data cerca de 3013 dadores de sangue associados de pleno direito.
Iniciou as suas actividades de colheita de sangue em Dezembro de 2006 nos Bombeiros Velhos de Aveiro, com o decorrer do tempo alargado as suas actividades por algumas empresas e estabelecimentos de ensino da região. A ADASCA no âmbito das suas actividades alicerça-se em três áreas constantes nos respectivos estatutos: assistência Médica a dadores e Ex dadores de sangue seus associados, Campanhas de Sensibilização para a Dádiva de Sangue e claro, a realização de 4 brigadas por mês no seu Posto Fixo.
Todos os anos procuramos comemorar as datas mais salientes do Calendário, nomeadamente o Dia Mundial da Saúde, Dia Internacional do Voluntariado, Dia Nacional de Dador de Sangue e o Dia Mundial do Dador, sempre de forma diferente.
Isso mesmo aconteceu com a comemoração do Dia Mundial do Dador de Sangue este ano teve como lema: “Cada Dador de Sangue é um Herói”, este o lema escolhido pelo Comissário Dalli. Feita esta sintética apresentação, vou entrar no campo que mais nos interessa, e começo por colocar a seguinte questão:
- Em que País da União Europeia o dador é assim considerado e respeitado? Em Portugal, garantidamente que não, por cá tiram-nos o sangue com uma mão e com a outra vão-nos á carteira obrigando-nos a pagar as taxas moderadoras nos hospitais, quando estes necessitam do nosso precioso líquido. Em Portugal os dadores de sangue não são vistos como heróis, mas como elementos duma economia de escala, triturando a pouca dignidade que nos assiste.
A palavra herói é demasiada grave para ser usada e abusada pelos políticos que habitam em cada carteira do dador de sangue. Movido pela curiosidade do conceito de herói decidi consultar o dicionário complementar de Augusto Moreno a fim de compreender o seu real significado ficando a saber que um Herói é: “Homem extraordinário pelas suas proezas guerreiras, pelo seu valor ou magnanimidade; protagonista de uma obra literária; (…) Homem ilustre por feitos de grande coragem”.
Pela forma como os dadores começaram a ser tratados pelo ministério da saúde, através da aplicação do Decreto-lei nº. 113/2011 de 29 de Novembro, somos levados a crer que não somos assim tão necessários. A ser verdade, porque nos incomodam tanto para doarmos sangue e sensibilizar outros a fazê-lo? Os dadores que doaram sangue regularmente nos hospitais durante anos, e os que ainda o fazem, no caso de necessitarem de cuidados médicos urgentes, é justo pagarem para lhes tratarem da saúde? Mesmo que se trate de episodio pontual? Não devia ser ele tratado como um herói, já que alguém diz que é?
 Dador que é dador de sangue, atendendo à delicadeza das suas motivações solidárias, sempre com o seu pensamento centrado no doente que dele necessita, sente-se naturalmente indignado com este género de tratamento, quando na verdade devia ser o SNS a tratá-lo de forma empenhada, para que volte a doar sangue de novo o mais breve possível.
Quiçá sejamos mais heróis pela paciência que nos assiste, e não tanto pelo gesto solidário que possa encerrar. Herói é o senhor ministro da saúde pela coragem e determinação que tem evidenciado ao longo do tempo em manter a obrigatoriedade aos dadores no pagamento dos valores das taxas moderadoras, quando estes deviam estar isentos, sentindo-se ainda mais motivados a comparecer nos locais de colheitas.
O erro legislativo cometido pelo ministro em questão não pode ser imputado aos inocentes, a saber: dadores de sangue e às associações que representam estes.
A solução está nas suas mãos, sem mais argumentações: reponha a isenção e terá os dadores de regresso. Quando isso acontecer, o herói é o ministro da saúde e não os dadores ou movimento associativo. Quer queiramos ou não, a actual situação deve ser imputada ao seu autor moral e material. Esta é a verdade crua e nua que deve ser por ele assumida. Aliás, já a reconheceu mais do que uma vez em declarações à imprensa.
As qualidades de um verdadeiro herói são a força moral, a coragem e a disposição para ajudar os outros. Os heróis que perduram através dos tempos são aqueles que ajudam a libertar as pessoas da doença, pobreza ou da fome. Pelo que o senhor ministro da saúde vai ficar para a história como um herói, numa versão diferente, infeliz, porque penalizou quem é solidário.
A terminar a minha intervenção nesta 2ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue, permitam-me acrescente apenas uma consideração:
 – Os dadores de sangue dão prejuízo ou lucro ao ministério da saúde versus IPST?
Ora vejamos os valores constantes no mapa que nos foi enviado e que diz respeito somente ao CHBV, para além de outros cuja facturação está devidamente detalhada conforme se segue a 90 dias: 247.835€, 90 a 100 dias: 385.477€, 180 a 360 dias: 879.197€, 360 a 540 dias: 231.491€, de 540 a 720 dias 84.688€, finalmente a 720 dias: 142.356€, somando assim um total de 1.971.045€.
No ofício nº. 2908/SEAPI datado do dia 19 de Junho pode ler-se que “tendo sido solicitada a competente informação à Administração Central do Sistema de Saúde, IP, sobre os valores em dívida ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (ACSS), IP., nos foi transmitido que, em 31.12.2011, ao então Instituto Português do Sangue, I.P., se encontra dívida da parte dos serviços hospitalares públicos, o valor de 45.635.600€” e continua: “Mais nos foi informado de que, a ACSS, IP não dispõe de informação sobre os valores em dívida àquele instituto por parte dos serviços hospitalares privados”.
Será que o montante desta dívida está relacionado com o corte brutal nos subsídios neste ano às associações dadores de sangue? Tudo indica que sim, mas, que culpa temos nós? Cumprimos com o nosso dever. Por nos informaram que a redução dos subsídios estava relacionada com a contenção de despesas? Engaram-nos na medida em que somos parceiros na promoção da dádiva.
Seria bom que os hospitais limpassem a sua imagem o mais breve possível, não deixando porém de respeitar a dignidade dos dadores sangue, sempre que estes sejam obrigados a dirigir-se a qualquer hospital. Afinal, está provado que os dadores e as suas associações têm influência na economia do País. O nosso sangue além ser vida, é ouro os números falam por si. Alguém poderá questionar: o que a ADASCA tem a ver com isto? Muito.
Somos voluntários, solidários mas não escravos de quem quer que seja. Muito há a dizer noutras áreas, mas, como não o tempo é escasso, creio que já disse o que basta. Enquanto Fundador e Presidente da Direcção da ADASCA, sempre assumi e assumo as responsabilidades dos seus actos e das minhas palavras, seja em que circunstância for, pelo que repúdio as declarações crítica que alguns dirigentes associativos fizeram visando a minha pessoa. Não os conheço como nunca lhes apertei a mão. Este divisionismo interessa sempre a alguém, tenhamos isso em linha de conta.
Reposta a verdade e defendida a honra, desejo, sinceramente, que possamos regressar à paz, ao silêncio e ao trabalho sério, empenhado e anónimo em prol dos doentes. «Se a verdade é ocasião de escândalo, vale mais deixar que se provoquem escândalos do que deixar por isso, de se dizer a verdade.» (S. Gregório Magno, Papa da Igreja).

Joaquim Carlos
Fundador/Presidente da Direcção da ADASCA
Aveiro, 22 de Setembro de 2012

NB: Esta a Mensagem que o Presidente da Direcção da ADASCA foi impedido de concluir a sua leitura no decorrer da 2ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue em Viana do Castelo.



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