À
Comunicação Social Nacional
C/C
ao Sr. Ministro da Saúde
e
IPST
Presidente
da Direcção da ADASCA foi impedido de concluir a leitura da sua Comunicação na
2ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue em Viana do Castelo
Entregaram
de bandeja a realização das futuras Convenções Nacionais de Dadores de Sangue à
FEPODABES. São todos defensores da verdade, mas, nem sequer permitiram que o
Presidente da Direcção da ADASCA conclui-se a apresentação da sua Comunicação
na 2ª. Convenção em Viana do Castelo, quando a ADASCA foi a anfitriã desta
iniciativa em Aveiro no ano de 2011.
Assim
não vamos longe, os dadores continuam a não ter quem defenda os seus
“direitos”, pois existem interesses pouco transparentes a falar mais alto, essa
a percepção que se fez sentir.
A
ADASCA desmarcou-se deste movimento, que desde a primeira hora assinou de cruz
as posições das suas congéneres de Guimarães e Viana do Castelo. Foi notório a
falta de respeito pelos diferentes pontos de vista, dando assim a entender que
os objectivos desta 2ª. Convenção já estavam delineados e consumados antes de
se dar inicio à ordem de trabalhos.
Assim
sendo, desautorizamos quem quer que seja a falar em nosso nome, fique claro,
aliás, abandonamos o local antes do término dos trabalhos, não tendo votado sequer
qualquer moção, porque o desconforto que nos invadiu foi tão profundo que não
havia condições para ali continuarmos.
Na
1ª. Convenção em Aveiro, a ADASCA foi bem mais liberal, democrática e tolerante
para com os participantes. Francamente, não esperávamos por este tratamento, lá
diz o ditado: as atitudes ficam com que as praticam.
A
ADASCA vai continuar independente, sendo esta na nossa opinião a melhor
solução. Ao contrário do que foi posto a circular, nunca necessitamos de nos
colar a quem quer que seja, nem no passado, nem no presente e no futuro, garantidamente. Não somos perfeitos, mas sabemos o que queremos.
A
mensagem que acabou por não ser lida na íntegra, está disponível no site da
ADASCA, e Blog para que todos tenham acesso
a ela, sem qualquer alteração.
A
partir de hoje nem mais um e-mail será enviado para as outras associações. Se porventura alguém se queria ver livre de nós, está consumada essa vontade.
A ADASCA
orgulha-se pelo que conseguiu fazer até aqui em prol dos dadores de sangue seus
associados, com os olhos bem virados para o futuro, assim vamos seguir o nosso
caminho, com a mesma determinação, dedicação e coragem que desde o princípio
nos tem acompanhado, nunca isentos de cometer erros. Vamos manter-nos atentos.
Joaquim
Carlos
Presidente
da Direcção da ADASCA
Site:www.adasca.pt
Aveiro,
23 de Setembro de 2012
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Mensagem para a 2ª. Convenção Nacional de Dadores de
Sangue em Viana do Castelo
Será o dador de sangue um herói?
A
Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro – ADASCA, existe há cerca
de 5 anos e 7 meses, é de âmbito concelhio, com Sede e Posto Fixo localizado no
Mercado Municipal de Santiago, representando nesta data cerca de 3013 dadores
de sangue associados de pleno direito.
Iniciou
as suas actividades de colheita de sangue em Dezembro de 2006 nos Bombeiros
Velhos de Aveiro, com o decorrer do tempo alargado as suas actividades por
algumas empresas e estabelecimentos de ensino da região. A ADASCA no âmbito das
suas actividades alicerça-se em três áreas constantes nos respectivos
estatutos: assistência Médica a dadores e Ex dadores de sangue seus associados,
Campanhas de Sensibilização para a Dádiva de Sangue e claro, a realização de 4
brigadas por mês no seu Posto Fixo.
Todos
os anos procuramos comemorar as datas mais salientes do Calendário, nomeadamente
o Dia Mundial da Saúde, Dia Internacional do Voluntariado, Dia Nacional de Dador
de Sangue e o Dia Mundial do Dador, sempre de forma diferente.
Isso
mesmo aconteceu com a comemoração do Dia Mundial do Dador de Sangue este ano
teve como lema: “Cada Dador de Sangue é um Herói”, este o lema escolhido pelo Comissário
Dalli. Feita esta sintética apresentação, vou entrar no campo que mais nos interessa,
e começo por colocar a seguinte questão:
-
Em que País da União Europeia o dador é
assim considerado e respeitado? Em Portugal, garantidamente que não, por cá
tiram-nos o sangue com uma mão e com a outra vão-nos á carteira obrigando-nos a
pagar as taxas moderadoras nos hospitais, quando estes necessitam do nosso
precioso líquido. Em Portugal os dadores de sangue não são vistos como heróis,
mas como elementos duma economia de escala, triturando a pouca dignidade que
nos assiste.
A
palavra herói é demasiada grave para ser usada e abusada pelos políticos que
habitam em cada carteira do dador de sangue. Movido pela curiosidade do
conceito de herói decidi consultar o dicionário complementar de Augusto Moreno
a fim de compreender o seu real significado ficando a saber que um Herói é:
“Homem extraordinário pelas suas proezas guerreiras, pelo seu valor ou
magnanimidade; protagonista de uma obra literária; (…) Homem ilustre por feitos
de grande coragem”.
Pela
forma como os dadores começaram a ser tratados pelo ministério da saúde,
através da aplicação do Decreto-lei nº. 113/2011 de 29 de Novembro, somos
levados a crer que não somos assim tão necessários. A ser verdade, porque nos
incomodam tanto para doarmos sangue e sensibilizar outros a fazê-lo? Os dadores
que doaram sangue regularmente nos hospitais durante anos, e os que ainda o
fazem, no caso de necessitarem de cuidados médicos urgentes, é justo pagarem
para lhes tratarem da saúde? Mesmo que se trate de episodio pontual? Não devia ser
ele tratado como um herói, já que alguém diz que é?
Dador que é dador de sangue, atendendo à delicadeza
das suas motivações solidárias, sempre com o seu pensamento centrado no doente
que dele necessita, sente-se naturalmente indignado com este género de
tratamento, quando na verdade devia ser o SNS a tratá-lo de forma empenhada,
para que volte a doar sangue de novo o mais breve possível.
Quiçá
sejamos mais heróis pela paciência que nos assiste, e não tanto pelo gesto
solidário que possa encerrar. Herói é o senhor ministro da saúde pela coragem e
determinação que tem evidenciado ao longo do tempo em manter a obrigatoriedade
aos dadores no pagamento dos valores das taxas moderadoras, quando estes deviam
estar isentos, sentindo-se ainda mais motivados a comparecer nos locais de
colheitas.
O
erro legislativo cometido pelo ministro em questão não pode ser imputado aos
inocentes, a saber: dadores de sangue e às associações que representam estes.
A
solução está nas suas mãos, sem mais argumentações: reponha a isenção e terá os
dadores de regresso. Quando isso acontecer, o herói é o ministro da saúde e não
os dadores ou movimento associativo. Quer queiramos ou não, a actual situação
deve ser imputada ao seu autor moral e material. Esta é a verdade crua e nua
que deve ser por ele assumida. Aliás, já a reconheceu mais do que uma vez em
declarações à imprensa.
As
qualidades de um verdadeiro herói são a força moral, a coragem e a disposição
para ajudar os outros. Os heróis que
perduram através dos tempos são aqueles que ajudam a libertar as pessoas da doença,
pobreza ou da fome. Pelo que o senhor ministro da saúde vai ficar para a história
como um herói, numa versão diferente, infeliz, porque penalizou quem é
solidário.
A
terminar a minha intervenção nesta 2ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue,
permitam-me acrescente apenas uma consideração:
–
Os dadores de sangue dão prejuízo ou lucro ao ministério da saúde versus IPST?
Ora
vejamos os valores constantes no mapa que nos foi enviado e que diz respeito
somente ao CHBV, para além de outros cuja facturação está devidamente detalhada
conforme se segue a 90 dias: 247.835€, 90 a 100 dias: 385.477€, 180 a 360 dias:
879.197€, 360 a 540 dias: 231.491€, de 540 a 720 dias 84.688€, finalmente a 720
dias: 142.356€, somando assim um total de 1.971.045€.
No
ofício nº. 2908/SEAPI datado do dia 19 de Junho pode ler-se que “tendo sido
solicitada a competente informação à Administração Central do Sistema de Saúde,
IP, sobre os valores em dívida ao Instituto Português do Sangue e da
Transplantação (ACSS), IP., nos foi transmitido que, em 31.12.2011, ao então
Instituto Português do Sangue, I.P., se encontra dívida da parte dos serviços
hospitalares públicos, o valor de 45.635.600€”
e continua: “Mais nos foi informado de que, a ACSS, IP não dispõe de informação
sobre os valores em dívida àquele instituto por parte dos serviços hospitalares
privados”.
Será
que o montante desta dívida está relacionado com o corte brutal nos subsídios
neste ano às associações dadores de sangue? Tudo indica que sim, mas, que culpa
temos nós? Cumprimos com o nosso dever. Por nos informaram que a redução dos
subsídios estava relacionada com a contenção de despesas? Engaram-nos na medida
em que somos parceiros na promoção da dádiva.
Seria
bom que os hospitais limpassem a sua imagem o mais breve possível, não deixando
porém de respeitar a dignidade dos dadores sangue, sempre que estes sejam
obrigados a dirigir-se a qualquer hospital. Afinal, está provado que os dadores
e as suas associações têm influência na economia do País. O nosso sangue além
ser vida, é ouro os números falam por si. Alguém poderá questionar: o que a
ADASCA tem a ver com isto? Muito.
Somos
voluntários, solidários mas não escravos de quem quer que seja. Muito há a
dizer noutras áreas, mas, como não o tempo é escasso, creio que já disse o que
basta. Enquanto Fundador e Presidente da Direcção da ADASCA, sempre assumi e
assumo as responsabilidades dos seus actos e das minhas palavras, seja em que
circunstância for, pelo que repúdio as declarações crítica que alguns dirigentes
associativos fizeram visando a minha pessoa. Não os conheço como nunca lhes
apertei a mão. Este divisionismo interessa sempre a alguém, tenhamos isso em
linha de conta.
Reposta a verdade e defendida
a honra, desejo, sinceramente, que possamos regressar à paz, ao silêncio e ao
trabalho sério, empenhado e anónimo em prol dos doentes. «Se a
verdade é ocasião de escândalo, vale mais deixar que se provoquem escândalos do
que deixar por isso, de se dizer a verdade.» (S. Gregório Magno, Papa da Igreja).
Joaquim
Carlos
Fundador/Presidente
da Direcção da ADASCA
Aveiro,
22 de Setembro de 2012
NB: Esta a Mensagem que o Presidente da Direcção da ADASCA foi impedido de
concluir a sua leitura no decorrer da 2ª. Convenção Nacional de Dadores de
Sangue em Viana do Castelo.
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