Zumbis – Qual a Origem de Sua Lenda?
Com certeza você já deve
ter ouvido falar em zumbis, afinal eles estiveram presentes em diversas produções
cinematográficas desde o final dos anos 60, assustando e despertando a
curiosidade das pessoas.
Mas você sabe de onde
surgiu a lenda dos zumbis?
Os “verdadeiros” zumbis são bem
diferentes dos da ficção. Em primeiro lugar eles não se tornaram zumbis pela acção de algum vírus como muitos filmes mostram, nem saem por aí atacando as
pessoas e devorando seus cérebros ou carne, e muito menos contaminam outras
pessoas através de mordidas.
Eles na verdade têm sua origem no vodu,
um culto religioso praticado nas ilhas Antilhas, especialmente no Haiti.
Ele se baseia em rituais de possessão,
tendo origem africana.
Acredita-se que o vodu seja capaz de
fazer uma pessoa morta voltar à vida à procura de vingança contra pessoas que
teriam lhe feito mal.
Conta-se que esses zumbis eram revividos
por um sacerdote ou feiticeiro, conhecido como bokor.
Nessa região contam-se, inclusive
histórias sobre trabalhadores controlados por um poderoso feiticeiro.
Outra forma de zumbi segundo a tradição
do vodu da África Ocidental é o “astral zumbi”, que é uma parte da alma humana
capturada por um feiticeiro para aumentar o poder do mesmo.
Dizem que esse “astral zumbi” é mantido
dentro de uma garrafa, podendo ser vendida pelo feiticeiro a clientes para dar
sorte ou sucesso financeiro.
Acredita-se que após um tempo essa alma
será tomada de volta por Deus, sendo o zumbi uma entidade espiritual
temporária.
Ainda conta a lenda que se alimentar o
zumbi com sal, ele retorna ao seu túmulo.
Já algumas comunidades na África do Sul
acreditam que uma pessoa morta pode ser transformada em zumbi por uma criança
pequena e que essa magia só pode ser quebrada com um sangoma (espécie de
feiticeiro que pratica medicina das ervas, adivinhação e aconselhamento)
poderoso o suficiente.
Isso é só lenda ou tem alguma base real?
Acredita-se que haja certa realidade
nessas lendas, pois houve dois casos de pesquisadores famosos que tiveram certa
experiência com casos zumbi e afirmam ser verdade.
A primeira é Zora Neale Hurston, uma
folclorista, antropóloga e escritora norte-americana que viajou em 1937 para
estudar o folclore do Haiti.
Lá ela encontrou um caso muito curioso
sobre uma suposta mulher zumbi que apareceu na aldeia, segundo sua família, ela
era Felicia Felix-Mentor, que havia sido enterrada em 1907 aos 29 anos.
A folclorista alegou que os rumores
começaram através do uso de uma poderosa droga psicoativa por parte das
testemunhas do fato, mas ela não conseguiu localizar essas pessoas para obter
mais informações.
Anos mais tarde, em 1982, Wade Davis, um
etnobotânico de Harvard viajou para o Haiti para investigar casos de zumbis,
apresentando um caso farmacológico de zumbis em dois livros: “A Serpente e o
Arco-Íris” e “Passagem das Trevas”.
Segundo ele uma pessoa viva pode ser
transformada em zumbi através de um ritual que consistia em injecções de
substâncias específicas em sua corrente sanguínea, geralmente por uma ferida.
Em seus estudos ele alegou que essas
substâncias eram tóxicas e naturais, sendo misturadas antes de serem passadas
aos indivíduos, uma delas é a tetrodotoxina, uma poderosa neurotoxina
encontrada no peixe baiacu e as outras são substâncias extraídas do sapo-bufo.
As pessoas que tomavam essa mistura
apresentavam batimentos cardíacos e respiração quase imperceptíveis, pois foram
suprimidos pela acção dessas substâncias, assemelhando-se ao estado de morte
clínica.
Assim as pessoas eram enterradas como se
estivessem mortas, inclusive era realizada uma cerimónia fúnebre para elas,
após 8 horas para que não morressem por asfixia eram desenterradas e submetidas
à segunda etapa do ritual.
Na segunda etapa era dada uma poção com
drogas dissociativas, como a datura, que induziam essas pessoas a um estado de
confusão mental e desconexão da realidade, destruindo todas as memórias
recentes e a percepção temporal, fazendo com que elas estivessem inteiramente
sujeiras às vontades do feiticeiro.
Essas drogas mantinham os zumbis em
estados semipermanentes de delírio psicótico induzido.
Mas qual a intenção desse ritual?
Segundo Davis esses feiticeiros vendiam
os zumbis como escravos para trabalharem em plantações de cana-de-açúcar.
Um dos primeiros casos de zumbi
oficialmente registrados foi o de Clairvius Narcisse em 1962, sendo popularizado
por Davis em seus livros.
Segundo o registro ele teria sido
vendido a um dono de zumbis por seu irmão, que estava interessado nas terras de
Clarvius que se recusara vendê-las.
Assim ele foi zumbificado e após a morte
de seu dono, teria ficado vagando pela ilha por 16 anos em estado psicótico.
Conta-se que em 1980 ele encontrou sua irmã que o reconheceu após ele ter
contado histórias da infância.
Segundo ele havia "morrido" no
hospital Schweitzer, de Deschapelles em 2 de maio de 1962. Ele disse que ficou
totalmente paralisado durante a "morte" e recordava-se do médico
cobrindo seu rosto, em seguida ele afirma ter ressuscitado e transformado em
zumbi por um sacerdote vodu.
Segundo Davis esse processo de
zumbificação fazia com que essas pessoas reconstruíssem sua identidade como a
de um zumbi, acreditando que estariam mesmo mortos e não teriam outro papel a
desempenhar na sociedade a não ser servir aos outros ou ficar vagando sem
destino, geralmente e cemitérios, apresentando atitudes e emoções deprimidas.
Unindo-se a teoria de Davis, o
psiquiatra escocês R.D. Laing acrescentou de que o início da esquizofrenia e
outras doenças mentais poderiam ter sido responsáveis por alguns dos aspectos
psicológicos da “zumbificação”.
Controvérsias
No entanto houve críticas controversas a
ideia de Davis, dizendo que não seria possível que feiticeiros haitianos
pudessem manter escravos zumbis em um estado de transe através de drogas por
muitos anos.
Pois o sintoma por envenenamento por TTX
gama pode de fato causar paralisia, inconsciência e até levar a pessoa à morte,
no entanto não produz um transe de morte semelhante aos encontrados em zumbis.
E mesmo que haja outras drogas capazes
de gerar esses efeitos o efeito é apenas temporário, segundo a neurologista
Terence Hines, a avaliação de Davis não teve base científica e nem a
comprovação destes casos, pois somente se baseou em relatórios dos zumbis
haitianos, que podem não dizer bem a verdade.
Presume-se que esses casos sejam de
pessoas que encomendam que feiticeiros fizessem isso à vítima, pois lhe queriam
mal, como um ritual de magia negra.
Fontes - Wikipedia, Mundo Estranho,
Assuntos Today
Comentários: alguém com uma inteligência acima da média, lembrou-se que estas imagens sinistras e horripilantes, eram ideais para promover umas campanhas de sensibilização para a dádiva de sangue, tendo contado para o efeito, com o apoio de uma entidade que devia à partida rejeitado tal proposta, por uma questão de respeito para com a dignidade dos dadores de sangue.
Mas como o respeito anda pelas ruas da amargura, já pouco se fala dele, aceitou tal proposta, porque o que interessava era o produto, e não tanto a imagens ou os meios a utilizar.
A campanha vergonhosa que decorreu numa loja no Fórum de Aveiro, indignou profundamente a ADASCA. Para surpresa das surpresas, ainda contou com o apoio de uma entidade que diz pugnar pela dignidade dos dadores. Pelos frutos se conhece a árvore, não tanto pela ramagem.
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