12.01.2012

Esperança de vida. Pensões em 2013 vão ter corte de 4,78%



Esperança de vida. Pensões em 2013 vão ter corte de 4,78%
Por António Ribeiro Ferreira, publicado em 1 Dez 2012 - 03:10 | Actualizado há 21 horas 15 minutos
Quem tiver uma carreira contributiva com mais de 40 anos terá de trabalhar mais cinco meses para não ser penalizado no valor da reforma
 Esperança de vida


Com as pensões de reforma sucessivamente penalizadas nestes anos de austeridade, com cortes nos subsídios de Natal e de férias e sobretaxas extraordinárias, o factor de sustentabilidade introduzido pela reforma de 2007 da Segurança Social obriga os trabalhadores que se queiram reformar a trabalhar mais para não serem ainda mais penalizados na sua reforma. Aliás, o debate sobre o corte nas pensões está a dominar a agenda política, com muitos constitucionalistas a dizerem que todas estas medidas violam claramente a Constituição e põem mesmo em causa a confiança entre os cidadãos e o Estado, a que entregaram verbas ao longo de uma vida de trabalho para terem direito a uma reforma compatível com esses descontos.
Para 2013 os dados já estão lançados. Os trabalhadores que se reformem no próximo ano terão um corte de 4,78% na pensão ou terão de trabalhar mais tempo, resultado do aumento da esperança média de vida, segundo a estimativa provisória avançada ontem pelo INE. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2012 a esperança de vida estimada aos 65 anos foi de 18,84 anos. O INE reviu também os dados para o período 2000-2002 a 2009-2011, onde se incluem os dados de 2006 que servem de base aos cálculos.
Esta actualização do valor das novas pensões surge por via da introdução do factor de sustentabilidade na legislação em vigor.
Este factor expressa a relação entre a esperança média de vida aos 65 anos em 2006 (17,94 anos no valor agora revisto, na versão anterior era de 17,89 anos) com a que foi obtida no ano imediatamente anterior ao do início da pensão, explica a legislação.
TRÊS OPÇÕES Para compensar este corte, os beneficiários da Segurança Social podem optar por ficar mais tempo ao serviço, fazer mais descontos ou reforçar os descontos para regimes complementares.
Assim, de acordo com a actual fórmula de cálculo, um trabalhador que pretenda reformar--se em 2013 e tenha uma carreira contributiva de 15 a 25 anos de serviço poderá optar por trabalhar mais 14 meses e meio de forma a evitar o corte de 4,78% no valor da sua pensão.
No caso de carreiras contributivas mais longas, os meses necessários para compensar o corte são menos: dez meses no caso de carreiras entre os 25 e os 34 anos, sete meses entre 35 e 39 anos e cinco meses para carreiras com mais de 40 anos. O valor ontem divulgado pelo INE é provisório e será divulgada uma versão definitiva em 2013.


Postado por Joaquim Carlos

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