António
Marinho e Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados
Dr. Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados |
Austeridade
e privilégios, no Jornal de Notícias. Excertos:
«[....]
O primeiro-ministro, se ainda possui alguma réstia de dignidade e de
moralidade, tem de explicar por que é que os magistrados continuam a não pagar
impostos sobre uma parte significativa das suas retribuições; tem de explicar
por que é que recebem mais de sete mil euros por ano como subsídio de
habitação; tem de explicar por que é que essa remuneração está isenta de
tributação, sobretudo quando o Governo aumenta asfixiantemente os impostos
sobre o trabalho e se propõe cortar mais de mil milhões de euros nos apoios
sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego, no rendimento social de
inserção, nos cheques-dentista para crianças e — pasme-se — no complemento
solidário para idosos, ou seja, para aquelas pessoas que já não podem
deslocar-se, alimentar-se nem fazer a sua higiene pessoal.
O
primeiro-ministro terá também de explicar ao país por que é que os juízes e os
procuradores do STJ, do STA, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas,
além de todas aquelas regalias, ainda têm o privilégio de receber ajudas de
custas (de montante igual ao recebido pelos membros do Governo) por cada dia em
que vão aos respectivos tribunais, ou seja, aos seus locais de trabalho.
Se
o não fizer, ficaremos todos, legitimamente, a suspeitar que o
primeiro-ministro só mantém esses privilégios com o fito de, com eles, tentar comprar
indulgências judiciais.»
"A vida corre atrás de nós para nos
roubar aquilo que em cada dia temos menos.”
Enviado
por Naia Sardo
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