DESIGUALDADE: RICOS GANHAM 9 VEZES MAIS QUE OS
POBRES
Redacção
As
desigualdades continuam bem vincadas em Portugal. Em 2010, os mais bem pagos
auferiram quase 10 vezes mais que os que têm piores rendimentos.
De
acordo com os Indicadores Sociais, revelados esta quinta-feira pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), «o rendimento monetário líquido equivalente dos
10% da população com maiores rendimentos correspondia a 9,4 vezes o rendimento
dos 10% da população com menores rendimentos».
O
fosso agravou-se ligeiramente face a 2009, quando os rendimentos mais altos
valiam 9,2 vezes os mais baixos.
PIB
per capita, consumo e crédito à habitação recuam E num país em que as
desigualdades grassam, a pobreza alastra. Em 2010, 18% da população
encontrava-se em risco de pobreza, um valor próximo do estimado para os dois
anos anteriores (17,9%). Aliás, o INE indica mesmo que o valor do salário
mínimo encolheu.
Apoios sociais arrancam menos gente da pobreza
O
contributo das transferências sociais (relacionadas com a doença e a
incapacidade, família, desemprego e inclusão social) para a redução do risco de
pobreza foi de 7,4 p.p. Em 2010, face a 8,5 p.p. no ano anterior. Ou seja, as
prestações sociais têm menos poder para retirar as famílias da miséria.
No
ano em análise, as receitas de proteção social aumentaram 2,2%, relativamente
ao ano anterior. Para este crescimento contribuíram, essencialmente, as
contribuições sociais dos empregadores (1,3%), as contribuições sociais das
pessoas protegidas (2,2%) e as contribuições das administrações públicas
(5,7%).
Pelo
lado da despesa verificou-se um aumento de 2,5% devido ao aumento das
prestações sociais (2,0%) e da rubrica «Outras despesas», que subiu 22%.
A
proporção das despesas em prestações sociais no total das despesas de proteção
social era de 92,1%. Por grupo de funções destacam-se os aumentos das despesas
com as funções Desemprego (8,3%) e com Velhice e Sobrevivência (3,9%).
Em
2010 existiam 206.700 famílias com processamentos de Rendimento Social de Inserção
(192.276 no ano anterior).
Em
termos evolutivos (2005 a 2010) as receitas de proteção social aumentaram,
nesse período, 21,5% e as despesas 23,2%. As prestações sociais com o
desemprego aumentaram 21,4% no período.
PIB per capita encolhe, consumo também
O
alastrar da pobreza dos cidadãos não é alheio ao empobrecer do próprio Estado.
No ano passado, a riqueza produzida pelo país, por habitante, diminuiu em
termos reais.
O
Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, a preços constantes de 2006, era de
15.062,09 euros, menos 1,7% que em 2010.
Os
efeitos chegam, em cadeia, ao consumo final das famílias, que recuou também
0,1% face ao ano anterior. Isto num ano em que a taxa de inflação anual
disparou para 3,65%. No ano anterior esta taxa tinha sido de 1,40%.
O
montante dos empréstimos concedidos para aquisição de habitação diminuiu 1,5%,
relativamente ao ano anterior.
Os
cortes de despesa das famílias fizeram sentir-se também, por exemplo, nas
atividades de lazer.
Emprego: salário mínimo
cai 3,6% num ano
Indicadores
do INE mostram que o ordenado mínimo diminuiu no último ano, ao passo que a
taxa de desemprego aumentou
Por
Redacção RL 2012-12-27 11:59
O
salário mínimo nacional, em termos reais, diminuiu 3,6 por cento em 2011, face
ao ano anterior, revela esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística
(INE).
Já
a subir ficou a taxa de desemprego que atingiu os 12,7% no final do ano,
abrangendo, com maior impacto, as mulheres (13,1% contra os 12,4% de homens).
No
total, 706,1 mil pessoas estavam fora do mercado de trabalho no ano passado,
sendo que 10,5% procurava o primeiro emprego.
Por
grupo etário, a taxa mais elevada verificou-se nos jovens com idades entre os
15 e os 24 anos (30,1%).
A
nível regional, verificaram-se taxas de desemprego superiores à média nacional
no Algarve (15,6%), Lisboa (14,1%), Região Autónoma da Madeira (13,8%) e Norte
(13%).
Maioria trabalha mais de 36 horas/semana
Já
no grupo dos portugueses empregados, a maioria (72,3%) trabalhou mais de 36
horas semanais, sendo que a média ascendeu a 39,2 horas por semana.
Grande
parte dos trabalhadores nacionais (61%) tinha, no máximo, como nível de ensino
completo o ensino básico - 3º ciclo.
Crise: portugueses cortam nas atividades de
lazer
Compra
de jornais e idas ao cinema diminuíram. No caso das estadias em hotéis
inverteu-se a tendência de crescimento dos anos anteriores
Por
Redacção RL 2012-12-27 12:38
Os
portugueses cortaram os seus gastos com jornais, sessões de cinema e em
estabelecimentos hoteleiros, revela esta quinta-feira o Instituto Nacional de
Estatística (INE).
Um
apertar de cinto que se refletiu no número de títulos nas bancas. O número de
títulos de jornais diminuiu 157 em 2011 face ao ano anterior, para um total de
539. Os jornais diários registaram menos cinco títulos e os não diários menos
152. Por seu lado, as revistas perderam, no conjunto dos vários tipos de
periodicidade, 161 títulos.
De
2005 a 2011, os jornais diários perderam seis títulos e os não diários 224. Já
as revistas perderam 190 títulos.
Também
as idas ao cinema foram reduzidas: o número de espectadores caiu 5,2% face a
2010, tocando níveis de 2009.
A
sofrer com a crise estão, ainda, as unidades hoteleiras, com o número de
dormidas a recuar 10,9% em 2011, em comparação com o ano anterior.
Porém,
o número de dormidas por motivo de lazer, recreio ou férias em alojamentos turísticos
privados cresceu 3,4%.
Contas
feitas, entre 2005 e 2011, «as dormidas em estabelecimentos hoteleiros por
motivo de lazer, recreio ou férias cresceram 18,8%».
Postado
por Joaquim Carlos
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