TAXAS MODERADORAS: AUMENTO EXCLUIU «DEZENAS OU
CENTENAS DE MILHARES»
tvi24
O
presidente do Conselho de Administração do Hospital de Cascais, Adalberto
Campos Fernandes, avisou que o último aumento das taxas moderadoras «empurrou
para fora do sistema de saúde» dezenas ou centenas de milhares de pessoas.
«Estamos
no limite de segurança crítico de introdução de barreiras económicas ao acesso
[à saúde]», afirmou Adalberto Campos Fernandes, ao comentar a proposta do FMI
para aumento das taxas moderadoras, durante um debate em Lisboa sobre a
sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Para
o especialista em economia de saúde, a proposta do FMI transforma as taxas
moderadoras em copagamentos, considerando uma ideia descabida e própria de quem
desconhece a realidade portuguesa.
Responsável
do Hospital de Cascais garante que «estamos no limite» de pagamento da saúde
pública «É de quem
está a 10 mil quilómetros daqui e não faz a mínima ideia do que está a dizer», comentou. «O último aumento de taxas
moderadoras [registado há um ano] empurrou para fora do sistema de saúde
dezenas ou centenas de milhares de pessoas», frisou.
Por
isso mesmo, e devido ao contexto de crise, o administrador do Hospital de
Cascais diz que deveria haver «uma
caracterização epidemiológica da pobreza», na mesma linha do defendido
pelo professor da Escola de Saúde Pública Constantino Sakellarides, que advogou
a criação de um sistema público de monitorização dos impactos da crise na
saúde.
Adalberto
Campos Fernandes lamentou ainda que os decisores políticos andem a fugir da
questão dos subsistemas de saúde, como a ADSE, que já vêm identificados como um
problema a resolver no primeiro memorando da troika.
«Não
percebo como somos tão seguidores dos dispositivos do memorando, mas desde maio
de 2011 que o documento indica que os subsistemas são um problema. Andamos há
um ano e meio a fugir desta questão como diabo da cruz», comentou.
Para
contribuir para a sustentabilidade do SNS, o responsável do Hospital de Cascais
defendeu ainda que a reforma hospitalar deve avançar como um «imperativo
cívico».
Para
Adalberto Campos Fernandes, não avançar com a reforma hospitalar custa muito
mais ao país do que um ano inteiro sem que os hospitais cumpram a lei dos
compromissos.
Esta lei
impede os serviços do Estado de assumir despesa que não tenha cabimento nos
três meses seguintes, mas, no caso da saúde, tem suscitado polémica por
dificuldades de aplicação e cumprimento por parte dos hospitais.
O
presidente da Administração Central do Sistema de Saúde reconheceu, durante o
debate, que esta lei foi implementada «num contexto nacional desadequado», e
defendeu igualmente a importância de avançar com a reforma hospitalar.
«Se
existe redundância de serviços [ao nível dos hospitais], há possibilidade de
fazer melhor com menos», comentou João Carvalho das Neves, admitindo que é
preciso que a reforma hospitalar avance mais depressa do que tem vindo a
acontecer.
Postado
por Joaquim Carlos
Imagem
das urgências do hospital Infante D. Pedro de Aveiro (Autoria: Diário de
Aveiro)
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Comentários: idosos, doentes
crónicos, deficientes, pobres entre outros são considerados pelos economistas
como bocas inúteis, um peso para a economia do país, pelo que, devem deixar de
fazer parte do reino dos seres pensantes no mais curto espaço de tempo
possível, por forma a equilibrar as finanças públicas. Será a febre que ministro
da saúde está a ser vítima? O que vai ele fazer a um lar de idosos? A um centro
de cuidados continuados? A um hospital?
Deve
dizer para com os seus botões: o que estás aqui a fazer nesta cama? Deves embarcar
p’ra terra o mais breve possível, porque os doentes não fazem falta, só me
estragam as contas públicas do meu ministério. Se não estou certo nesta opinião,
devo andar por perto.
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