POLÍTICOS
PORTUGUESES E REDES SOCIAIS: ALGUMA ORDEM POR FAVOR
por Filipe
Caetano
Os
especialistas gostam de falar do exemplo Barack Obama, mas em Portugal são
poucos os políticos que tiram real partido das redes sociais. E há muitos que
nem sabem o que fazer com elas. A grande maioria prefere nem apostar nessas
plataformas, por mera iliteracia ou então por receio de errar. Quem perde é o
cidadão, que fica sem um instrumento importante de comunicação direta com quem
elegeu.
Vivemos
num país em que o primeiro-ministro escreve três vezes durante um ano na sua
conta do Facebook e assina os textos não como primeiro-ministro mas como Pedro.
No mesmo Governo há um ministro de Estado que apostou forte nas redes sociais
durante a campanha eleitoral e que praticamente desapareceu depois de ter
assumido o cargo: Paulo Portas. E ainda há um Presidente da República que chega
a usar o Facebook para fazer declarações exclusivas.
«Neste
momento acho que as redes sociais fazem mal a quem faz parte do Governo e bem a
quem está na oposição. Temos bons exemplos de comunicação através das redes sociais,
como os eurodeputados Rui Tavares, Edite Estrela e Carlos Coelho ou o deputado
Michael Seufert, mas por outro lado percebemos que o Governo não tem estratégia
e por exemplo o primeiro-ministro tem uma presença fraca quando há governantes
noutros países, como David Cameron, Mariano Rajoy ou Angela Merkel, que usam
muito essa ferramenta», comenta ao tvi24.pt Nuno Gouveia, especialista em
comunicação política.
Há
bons exemplos, mas muitos esquecem-se das suas contas depois de serem eleitos.
Ainda há muito amadorismo e a interatividade é escassa «As redes sociais não
podem só ser um instrumento de propaganda durante as campanhas eleitorais, mas
uma ferramenta de comunicação com o eleitor. O primeiro-ministro, por exemplo,
tem mais de cem mil seguidores no Facebook e podia explorar esta via de outra
forma», acrescenta.
Bons
exemplos
Na
Assembleia da República muitos deputados não têm presença nas redes sociais e
dos que têm são poucos os que as usam para uma verdadeira interatividade com os
eleitores. Um bom exemplo é Michael Seufert, deputado do CDS-PP.
«Na
minha perspetiva as redes sociais são ferramentas úteis para o nosso trabalho.
Claro que algumas vezes podem dar algumas dores de cabeça, mas havendo
ponderação pode ser muito benéfico», admite, confessando que possui apenas
perfis públicos e faz reserva da vida privada, apesar de por vezes partilhar
atividades que nada têm a ver com a sua função de deputado.
No CDS não existe uma
matriz sobre o que deve ou não deve ser publicado nas redes sociais e os
deputados gerem as suas contas, partilhando as suas opiniões com total
liberdade. «Nas redes sociais conseguimos chegar a um tipo de
público diferente e as pessoas não precisam vir ter connosco para saberem o que
estamos a fazer. Somos nós que damos a informação, para além de podermos falar
diretamente com quem nos elege e até receber sugestões», diz.
Sobre
o trabalho que é feito pelos políticos de uma forma geral, o deputado concorda
que «há quem faça bom trabalho durante as campanhas, mas depois muitos acabam
por apenas partilhar notícias e vídeos, não explorando outras potencialidades».
Pode ser algo «geracional», mas há deputados mais velhos, como Carlos Zorrinho,
que estão muito presentes nas redes sociais.
Amadorismo
Se
Obama tem alguém no seu gabinete preparado para uma resposta rápida ao que é
dito nas redes sociais, em Portugal poucas são as organizações com equipas
preparadas para trabalhar esta área. Recentemente soube-se que o Governo terá
um gabinete para monitorizar o que é escrito nos blogs - o que já acontecia no
tempo de José Sócrates.
«As
redes sociais não são bem trabalhadas em Portugal pelos agentes políticos. Nem
pelos indivíduos, nem pelas instituições. E a maior parte não tem qualquer
presença. Há um certo amadorismo nisto tudo», revela João Santana Lopes,
co-fundador do projeto «Deputados Portugueses», que agrega o que é partilhado
pelos deputados nas redes sociais.
Postado
por Joaquim Carlos
Comentários: Os gajos que estão no
poder, para não utilizar outra designação, controlam tudo, eles têm uma espécie
de jornalistas a seu serviço, que por razões de ética devia-se ser retirada as
carteiras profissionais.
Os
eleitores estão ser bem controlados. Em cada esquina, existe uma espécie de
empresa que conhece a nossa vida, reúne os nossos dados, sabe quanto devemos e
a quem, semelhantes aos abutres, que mais não fazem do que vasculhar a vida de
uma pessoa.
A
maior parte das pessoas desconhece que o seu nome consta numa lista negra, com
informações que elas nem lhes passam pela cabeça lá existirem, quiçá mais bem
elaboradas que as fichas da polícia. Vivemos numa espécie de lei da selva, onde
vale tudo, desde que não nos toque a nós pessoalmente. Que bagunça onde
chegamos. Os portugueses são uns chico espertos... são especialista na devassa
da vida privada, armando-se numa espécie de espiões ao serviço de quem? Eu sei.
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