Saúde nega
ter cortado mais do que combinado com a troika
Ministério
de Paulo Macedo desmente números da OCDE.
O ministério tutelado por Paulo Macedo contraria os dados apresentados pela OCDE DANIEL ROCHA |
O
Ministério da Saúde nega ter cortado o dobro do acordado com a troika, como
atesta o relatório Health Spending Growth at Zero – Which countries, which
sectors are most affected?, publicado pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE).
Garante
que tal ideia foi retirada de um artigo da revista Economist Intelligence Unit,
intitulado “Portugal healthcare: Hospitals for sale”, publicado em Setembro de
2011. “O artigo em causa induz em erro dado que labora uma confusão entre os
universos EPE [Hospitais Entidades Públicas Empresariais] e SNS [Serviço
Nacional de Saúde].”
Por
email, a assessora do ministro assegurou que “o orçamento do SNS para 2012
(expurgando o efeito do Plano de Regularização de Dívidas) registou uma redução
de 4,67% e não de 11%”. “Analisando a conta do SNS, verificou-se uma redução da
despesa total em 2012 de cerca de 600 milhões de euros (-6,8%)”, especifica.
Há,
segundo afirma, uma confusão “entre o processo de privatização dos HPP
[Hospitais Privados de Portugal] e o inexistente processo de privatização dos
EPE”. Assumiu-se que o HPP “estaria integrado na rede do SNS, o que como se
sabe não é correcto”.
Não
é tudo. Numa das tabelas, as contas da OCDE indicam que a despesa em 2011 caiu
5,2% face a 2010, quando a média de todos os países que integram a organização
se traduz num crescimento de 0,7%. Também aqui o ministério alega haver uma
“confusão conceptual”. “O quadro refere-se à óptica de contas nacionais,
nomeadamente à evolução da despesa corrente em saúde, que a Conta Satélite do
INE aponta para -4,6% e não para 5,2%”, afirma.
ANA
CRISTINA PEREIRA 01/02/2013 - 20:47
Comentários:
Este artigo não diz nada sobre as pessoas que faleceram por falta de cuidados
médicos, por não terem dinheiro para comprar medicamentos ou irem aos
hospitais.
Se
os mortos falassem meus senhores…
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