2.05.2013

Alerta: Instituto admite casos com Hepatites B e C Sangue infectado nas transfusões



 Alerta: Instituto admite casos 
com Hepatites B e C
Sangue infectado nas transfusões


Apesar dos avanços tecnológicos e dos investimentos em equipamentos de análises ao sangue e nos cuidados técnicos com as recolhas na hora da dádiva, o Instituto Português do Sangue (IPS) admite que ainda ocorrem casos de transfusão de sangue infectado em Portugal, em especial com os vírus das hepatites B e C. Nos últimos quatro ou cinco anos não há registo de transfusão de sangue infectado com o vírus da sida (VIH).

Para garantir uma maior qualidade e segurança no sangue humano e dos componentes sanguíneos, assim como as respectivas exigências técnicas, requisitos de rastreio e notificação das reacções adversas graves, o Conselho de Ministros aprovou ontem um decreto-lei que transpõe para a legislação portuguesa quatro directivas comunitárias.

O presidente do IPS, Gabriel Olim, disse que, apesar de Portugal não ter transposto as normas comunitárias, “já cumpria, há mais de sete anos, os princípios da segurança do sangue”.

No entanto, Fátima Nascimento, vogal do conselho de administração do IPS, explica ao CM que ainda se verificam alguns casos de transfusão de sangue infectado, impossível de detectar mesmo após os exames clínicos feitos com os sofisticados testes de amplificação genómica. “Não há risco zero na transfusão e por isso é que ocorrem anualmente três ou quatro casos positivos de hepatite B e C em cerca de 200 mil recolhas.” Portugal conta uma média de 350 mil dádivas por ano.

A impossibilidade de detectar sangue infectado com algum dos vírus – seja das hepatites, da gripe ou de outras doenças virais – deve-se ao chamado “período de janela” em que se encontra o dador no momento da dádiva de sangue. Quer isto dizer que num determinado período de tempo após a infecção os vírus não são detectados pelos testes clínicos e esses períodos são variáveis conforme a natureza do vírus.

Fátima Nascimento não descarta a possibilidade de haver dadores infectados com o VIH e explica que o período em que não se detecta o vírus da hepatite C pode variar entre 14 dias e os quatro meses, apesar de já ter sido alargado aos seis meses. O “período de janela” para o vírus da sida pode chegar aos dois meses.

PIERCINGS E TATUAGENS
Os casos de sangue infectado com o vírus da hepatite C podem ocorrer tanto com primeiros dadores como com dadores regulares e após a colocação de um piercing ou de uma tatuagem no corpo.
A transmissão do vírus da hepatite B é mais fácil nas pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas ou contacto com sangue infectado, ou ainda através de agulhas infectadas. “As pessoas não o sabem, mas podem ficar infectadas com a hepatite depois de se picarem com uma agulha infectada quando colocam um piercing ou fazem tatuagens.”
Segundo aquela responsável do Instituto Português do Sangue, sempre que são detectadas reacções adversas num receptor provocadas por defeito no produto (sangue) é feita uma investigação para apurar a origem da dádiva, quem foi o dador e a quem foi administrado o sangue, para que este seja de imediato retirado.

SAIBA MAIS
200 mil dádivas feitas em 2006, um número que tem vindo a aumentar progressivamente desde 1996, ano em que foram recolhidas cerca de 70 mil dádivas.
270 mil dadores estão inscritos no Instituto Português de Sangue, apesar de o número de inscrições ter estabilizado em 2004.

DÁDIVAS
Os homens podem dar sangue de três em três meses enquanto as mulheres só o devem fazer de quatro em quatro meses.

QUEM PODE DAR SANGUE
Pode dar sangue quem estiver de boa saúde, hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 quilos e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos.

NÃO DAR SANGUE
Não deve dar sangue quem teve parceiro sexual novo nos últimos seis meses, foi operado ou fez tatuagem recente.


Comentário:"Será que esse Hemocentro descobriu um método inovador de reduzir o “período de janela” para os vírus? E que no Brasil não há sangue infectado nas transfusões? Mas que apesar disso o Hemocentro de São Paulo resolveu manter essa descoberta confidencial e não a transmitiu à OMS? Ainda há quem acredite que lá fora é tudo melhor que cá dentro?!?!"
Rodolfo Beneyto
18 Maio 2007

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