Alerta:
Instituto admite casos
com Hepatites B e C
Sangue
infectado nas transfusões
Apesar
dos avanços tecnológicos e dos investimentos em equipamentos de análises ao
sangue e nos cuidados técnicos com as recolhas na hora da dádiva, o Instituto
Português do Sangue (IPS) admite que ainda ocorrem casos de transfusão de
sangue infectado em Portugal, em especial com os vírus das hepatites B e C. Nos
últimos quatro ou cinco anos não há registo de transfusão de sangue infectado
com o vírus da sida (VIH).
Para
garantir uma maior qualidade e segurança no sangue humano e dos componentes
sanguíneos, assim como as respectivas exigências técnicas, requisitos de
rastreio e notificação das reacções adversas graves, o Conselho de Ministros
aprovou ontem um decreto-lei que transpõe para a legislação portuguesa quatro
directivas comunitárias.
O
presidente do IPS, Gabriel Olim, disse que, apesar de Portugal não ter
transposto as normas comunitárias, “já cumpria, há mais de sete anos, os
princípios da segurança do sangue”.
No
entanto, Fátima Nascimento, vogal do conselho de administração do IPS, explica
ao CM que ainda se verificam alguns casos de transfusão de sangue infectado,
impossível de detectar mesmo após os exames clínicos feitos com os sofisticados
testes de amplificação genómica. “Não há risco zero na transfusão e por isso é
que ocorrem anualmente três ou quatro casos positivos de hepatite B e C em
cerca de 200 mil recolhas.” Portugal conta uma média de 350 mil dádivas por
ano.
A
impossibilidade de detectar sangue infectado com algum dos vírus – seja das
hepatites, da gripe ou de outras doenças virais – deve-se ao chamado “período
de janela” em que se encontra o dador no momento da dádiva de sangue. Quer isto
dizer que num determinado período de tempo após a infecção os vírus não são
detectados pelos testes clínicos e esses períodos são variáveis conforme a
natureza do vírus.
Fátima
Nascimento não descarta a possibilidade de haver dadores infectados com o VIH e
explica que o período em que não se detecta o vírus da hepatite C pode variar
entre 14 dias e os quatro meses, apesar de já ter sido alargado aos seis meses.
O “período de janela” para o vírus da sida pode chegar aos dois meses.
PIERCINGS
E TATUAGENS
Os
casos de sangue infectado com o vírus da hepatite C podem ocorrer tanto com
primeiros dadores como com dadores regulares e após a colocação de um piercing
ou de uma tatuagem no corpo.
A
transmissão do vírus da hepatite B é mais fácil nas pessoas que tiveram
relações sexuais desprotegidas ou contacto com sangue infectado, ou ainda
através de agulhas infectadas. “As pessoas não o sabem, mas podem ficar
infectadas com a hepatite depois de se picarem com uma agulha infectada quando
colocam um piercing ou fazem tatuagens.”
Segundo
aquela responsável do Instituto Português do Sangue, sempre que são detectadas
reacções adversas num receptor provocadas por defeito no produto (sangue) é
feita uma investigação para apurar a origem da dádiva, quem foi o dador e a
quem foi administrado o sangue, para que este seja de imediato retirado.
SAIBA
MAIS
200
mil dádivas feitas em 2006, um número que tem vindo a aumentar progressivamente
desde 1996, ano em que foram recolhidas cerca de 70 mil dádivas.
270
mil dadores estão inscritos no Instituto Português de Sangue, apesar de o
número de inscrições ter estabilizado em 2004.
DÁDIVAS
Os
homens podem dar sangue de três em três meses enquanto as mulheres só o devem
fazer de quatro em quatro meses.
QUEM
PODE DAR SANGUE
Pode
dar sangue quem estiver de boa saúde, hábitos de vida saudáveis, peso igual ou
superior a 50 quilos e idade compreendida entre os 18 e os 65 anos.
NÃO
DAR SANGUE
Não
deve dar sangue quem teve parceiro sexual novo nos últimos seis meses, foi operado
ou fez tatuagem recente.
Comentário:"Será
que esse Hemocentro descobriu um método inovador de reduzir o “período de
janela” para os vírus? E que no Brasil não há sangue infectado nas transfusões?
Mas que apesar disso o Hemocentro de São Paulo resolveu manter essa descoberta
confidencial e não a transmitiu à OMS? Ainda há quem acredite que lá fora é
tudo melhor que cá dentro?!?!"
Rodolfo
Beneyto
18
Maio 2007
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