Antiga lota desperta interesse estrangeiro
Sociedade para o Desenvolvimento do Programa
Polis em Aveiro está em negociações com duas empresas para a recuperação da
zona da antiga lota, confirmou, ao JN, o director do Aveiro Polis, Matos
Rodrigues. Um dos investidores é um consórcio constituído por empresas
espanholas, inglesas e portuguesas. O outro é uma firma do distrito de Aveiro.
Em causa está um projecto que ronda os 100 milhões de euros, "contas
feitas por baixo", refere Matos Rodrigues.
A futura zona da antiga lota tem semelhanças
com a zona onde decorreu a Expo, em Lisboa. " O Parque Expo é o que mais
se assemelha com o projecto de Aveiro. Também ele serviu para recuperar uma
zona ribeirinha degradada", explica o director.
Situada a pouco mais de um quilómetro do
centro da cidade, a antiga lota tem cerca de 120 hectares (o equivalente ao
mesmo número de campos de futebol). Os terrenos, pertencentes à Administração
do Porto de Aveiro, estão avaliados em cinco milhões de euros. A empresa ou o
consórcio que vier a executar o projecto de recuperação da lota velha tem que
comprar o terreno, bem como ficar responsável pela concretização do plano. A
Sociedade Polis ficará "apenas" responsável pela recuperação dos muros,
"avaliada em cinco milhões de euros", adianta Matos Rodrigues. A obra
hidráulica avançará mal o projecto passe a definitivo e demorará meio ano.
Tudo o resto ficará a cargo do parceiro
privado, que terá de investir, num prazo de três a quatro anos, 100 milhões de
euros. É o preço mínimo para erguer um hotel (que terá entre 120 e 180
quartos), um centro de congressos, o eco-museu Ria de Aveiro (que poderá ter ou
não anexado um centro de investigação e divulgação científica com a chancela da
Universidade de Aveiro), uma torre panorâmica, a estação fluvial (que
aproveitará o edifício da lota), os jardins temáticos, equipamentos desportivos
e culturais, uma ponte viária (rotativa ou elevatória) que ligará a zona ao
museu-marinha da Troncalhada Falta, para o construtor, o mais importante as
zonas de comércio e habitação (vivendas e prédios-estes com três andares no
máximo), a parte lucrativa que torna a antiga lota apetecível e que permite à
Aveiro Polis uma margem para negociar em mais tabuleiros. Matos Rodrigues adiantou
que os construtores poderão dar mais contrapartidas em outros projectos Polis.
"Não posso revelar quais, pois esses são alguns dos assuntos que estão a
ser analisados", justificou.
As negociações com os dois interessados podem
levar a "ligeiras alterações" do projecto, mas a base está retratada
na simulação que o JN apresenta hoje publicamente pela primeira vez.
JOÃO PAULO COSTA
Fonte: Publicado no JN em 2006-04-07
Postado por Joaquim Carlos
Comentários: a péssima imagem que a antiga
Lota de Aveiro transmite à entrada da linda cidade de Aveiro, envergonha a
todos, eu, senti-me particularmente envergonhado e incomodado com a degradação
a que deixaram chegar estas instalações.
Ali se praticam actos indecorosos, servindo
mesmo de acolhimento a pessoas persona non gratas à cidade. Será que os
políticos da praça de Aveiro não se incomodam com esta imagem? O contraste da
vergonha com o reflexo de alguns luxos do mar.
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