7.29.2012

Estatuto do Dador de Sangue aprovado no dia 24 de Julho - Que se lixem as próximas eleições

É vergonhoso a postura de alguns dirigentes de associações de dadores de sangue, que sempre manifestaram desde Janeiro do corrente ano. Pactuaram com as jogadas versus trapalhadas, interesses mesquinhos, subterraneos e interesseiros, atacando outros colegas de associações que tudo fizeram para que fosse respeitada a dignidade do dador de sangue, e a missão da cada associação fosse devidamente reconhecida junto das instâncias oficiais.

Comportaram-se como meninos em forma de obediência como se encontrassem perante educadores de infância de um qualquer jardim de infância.

Os tais que se encostaram ao trabalho que alguns poucos foram desenvolvendo em beneficio dos dadores, e não tanto em prol das associações que representaram na altura, e que de alguma forma representam, devem corar de vergonha, devolver os subsídios que receberam do IPST, na medida em que os mesmos foram atribuidos em função das dádivas que "os burros" dos dadores doaram na brigadas que os sem vergonha promoveram, com recurso às estratégias psicológicas, manipulando o sofrimento dos doentes e por sua vez dos familiares destes.

Aqui incluiem-se as duas federações de dadores, que mais não fazem do que sugar os dinheiros ao IPST, sem que nada tenham feito ou façam em prol dos dadores. Daqui e por este meio lanço um APELO aos dadores de sangue, aqueles que sempre se identificaram com as nossas posições, que subscreveram a Campanha Nacional de Angariação de Assinaturas para a reposição da isenção das taxas moderadoras como incentivo à dádiva, que repensem se vale a pena continuarem a ser tratados desta forma, sem que tenham conhecimento como são representados pelas associações a que estão associados. Devem procurar saber, e seguidamente decidirem em conformidade com a vossa consciência.

Sabem uma coisa: que se lixem as próximas eleições, mas não lixem mais a nossa dignidade, nunca o devemos permitir que seja mais esmagada. Não somos masoquistas, somos pessoas solidárias e de bem.

A única esperança que nos assistia, residia na aprovação do Estatudo do Dador na Assembleia da República, onde através do mesmo fosse reposta a isenção a que nos referimos. É verdade, mas, caiu por terra, graças à consideração pública que o PSD e CDS dizem ter pelos dadores presentes e pelos do futuro. Que se lixem as próximas eleições, nós vamos ter uma palavra a dizer nessa altura.

Com a reposição da Taxas Moderadoras naquela Casa da Democracia, ficaria demonstrado de uma vez por todas o reconhecimento público pelo gesto solidário de dar sangue, contribuindo assim para o regresso dos dadores regulares e desencatandos, sem margem para dúvidas, as dádivas iriam aumentar para os níveis a que o IPST estava habituado. Com esta notória falta de respeito, nunca mais chegará aquele patamar.

O ministro da saúde e seus secretários de estado ganharam ódio aos dadores de sangue como ainda às suas associações, agora mais do que nunca reforçados pelo chumbo da reposição das míseras taxas moderadoras no dito Estatuto do Dador, ficando este incompleto. Será que o seguro do dador vai desta vez ser regulamentado? Esperamos que sim.

Como nos explicam que até 31 de Dezembro de 2011 os serviços hospitalares públicos deviam qualquer coisa como 45.635.600€ ao então Instituto Português do Sangue? Sobre as dívidas dos serviços de saúde privados nem uma só palavra/referência. Porque será? Não interessam? Não deve haver transparência de contas/dívidas nesta área? Fazem ou não negócio o que doamos? Se não, como nos explicam o volume destes valores em dívida?

Só o Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE (antigo Hospital de Aveiro, naquela data devia ao IPS a quantia de 1.971.045 de Euros. Quanto deve na data de hoje?

Nós dadores de sangue davamos assim tanto prejuizo ao ministério da saúde, ao ponto de nos retirarem o único beneficio existente e que motivava as pessoas saudáveis a aderir a este gesto solidário, onde nos fundamentavamos quando sensibilizavamos a pessoas a derir à dádiva? Estou certo que não, sempre houve lucro.

Que se lixem as próximas eleições, não nos lixem é a pouca dignidade que nos resta.

A retirada da isenção das taxas moderadas é sem margem para dúvidas, a principal causa para a quebra de dádivas a nível nacional, não só na zona centro ou de qualquer outra.

No decorrer da 2ª. Convençãqo Nacional de Dadores de Sangue que vai decorrer no dia 22 de Setembro em Viana do Castelo, tem que sair dali uma tomada de posição corajosa e determinante sobre a forma como estamos a ser vilipendiados pelo ministério ds saúde, por sua vez coadjuvado pelo IPST que se está nas tintas para dos dadores e para as associações que representam estes.

Se não somos assim tão necessários, tenham a ousadia de nos dizer de uma vez por todas, que nós seguimos a nossa vida em paz.

Factores como a crise económica, o desemprego e a precaridade do trabalho, custo dos combustíveis e de transportes, entre outros, tem ultimamente sido apontados como os principais causadores da quebra das dádivas, eplo Presidente do IPST. Nós não concordamos, pois este senhor sabe que a principal causa está alicerçada na retirada da isenção das taxas moderadoras. Sejamos coerentes, não se procure branquear um problema que não foi criado por nós. Quem tudo quer tudo perde.

O ISPT pode ver-se na iminência de ter que comprar podutos terapêuticos sanguíneos ao estrangeiro, sem que as associações tenham disso conhecimento ou os dadores, ao abrigo do segredo de Estado.

Não admitimos continuar a ser tratados como terroristas de sangue, sindicalistas ou como criminosos, como está escrito numa edição jornal Correio da Manhã.

Para quando começa a ser enviado o novo Cartão de Dador de Sangue? Os dadores associados da ADASCA (são quase 3000) podem ter a certeza que enquanto eu for Presidente da Direcção, tudo farei para defender os seus direitos, representá-los como sempre o fiz, com coragem e determinação, e que jamais os atraiçorei, custe o custar.

Os doentes são dignos da nossa solidariedade, os politicos, os tais que nos desconsideraram mais uma vez, esses não merecem o nosso respeito, pelo que se lixem as próximas eleições.

Esqueceram-se que existem quase 800 mil dadores de sangue mais ou menos regulares, destes 70% vivem numa situação socio-económica delicada. Os dadores pobres dão o que seu corpo produz, os ricos compram. Esta é justiça social que temos ou merecemos.

Os interessados em receber o texto do Estatudo do Dador de Sangue, podem solcitá-lo por e-mai: geral@adasca.pt como o podem ler no site: www.adasca.pt.

Joaquim Carlos

Presidente da Direcção da ADASCA

Blog:aveiro123-portaaberta.blogspot.com

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