Comunicado: Comemoração do Dia Nacional
do Dador de Sangue - Milhares de Postos de Trabalho Sustentados pelos Dadores
de Sangue
“Dê mais sentido à vida, torne-se dador de
sangue e de medula óssea” este o lema escolhido pela ADASCA para comemorar
o Dia Nacional do dador de Sangue, que oficialmente tem lugar a 27 de Março.
Mais uma vez esta data é comemorada em Lisboa (sendo o resto do País paisagem),
no Auditório do Infarmed, com os dadores e as suas associações à distancia,
para não incomodarem, cujo programa nada tem de substancial, ainda que se
apresente mais virado para grupos empresa/entidades, em prol da dádiva de
sangue, lê-se.
Os
dadores de sangue não se sentem representados com a dignidade que se impõe,
mas, sim usados para a consumação de interesses subterrâneos, só assim se
compreende o divisionismo existente entre as associações e por sua vez a
alimentado pela existência de duas federações. Importa manter a divisão para
reinar.
Vamos
ter os mesmos a falar para os mesmos, os teóricos de gabinete para os seus
pares, com discursos em conformidade com a circunstância social que em nada vai
enaltecer a dádiva de sangue, fazendo dos órgãos da comunicação social os seus
mensageiros. Lentamente, o ministério da saúde e o IPST estão a destruir o trabalho
que levou anos a erguer, qual património valioso que tanto contribui para a
manutenção de milhares de postos de trabalho, quer directa ou indirectamente,
cabendo aos dirigentes a sua reconstrução, tudo por força de um decreto-lei
economicista e iníquo.
Com
a retirada da isenção das taxas moderadoras nos hospitais públicos, assistimos
a uma debandada dos locais de colheitas, ainda que os responsáveis continuem a
crer justificar o injustificável. Os factos são indesmentíveis, qual bóia
alguém pretende submergir, pois ela vem sempre ao de cima.
Quando
temos um ministro da saúde que triturou a dignidade de quem alimenta os bancos
de sangue, paga para ser solidário e, permite que Unidades de Saúde Privadas
continuem a não pagar ao IPST o montante de 7.183.331.05€, valor existente à
data de 31 de Outubro de 2014, ainda a dívida referente aos serviços
hospitalares públicos para o IPST a 31 de Dezembro de 2013 era de
68.389.035,69€, e à data de 30 de Abril de 2014, o valor por saldar somava os
33.162.028,85€, quando aos dadores lhes é exigido o pagamento na hora das taxas
moderadoras, sob pena de as ter que pagar na Autoridade Tributária com os
correspondentes acréscimos. O que nos apraz dizer sobre estes valores? Sim, com
uma mão tiram-nos o sangue que rende milhões ao sistema cada vez mais desumano,
com a outra vão-nos à carteira, ainda têm o desplante de nos acusar de
interesseiros, indiferentes ao sofrimento alheio. Que INJUSTIÇA! QUE IGNOMÍNIA.
É espremer até ao tutano.
Com
a redução substancial de dadores de sangue, recorreu-se ao despedimento de
algumas dezenas de funcionários e, se este cenário tiver continuidade, mais vão
ser dispensados. Só assim se compreende que, os dadores e as associações
contribuem para a manutenção de milhares de postos de trabalho, e ordenados no
final de cada mês. RESPEITEM-NOS S.F.F. BASTA!
Considerando
que a ADASCA está agregada ao Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra,
é nosso dever moral dizermos algo sobre o mesmo. Este Centro, desde há uns anos
a esta parte, tem procurado de forma sorrateira destruir o trabalho que a
ADASCA tem vindo a desenvolver em prol da dádiva e dos dadores com todos os
sacrifícios associados, em benefício de outrem, o caso de certo grupo que
realiza apenas uma sessão de colheitas por mês, ainda uma associação congénere
dos arredores de Aveiro, tratando ambos como seus protegidos.
Sendo
a ADASCA uma Associação do Concelho de Aveiro, porque está impedida de realizar
sessões de sangue em todas as freguesias deste Concelho, com excepção de Cacia?
Que influências se movimentam junto do CST de Coimbra para que isto seja
possível, apesar da nossa contínua contestação? Estamos ou não perante actos
administrativos de pura promiscuidade?
Temos
constatado que existem funcionários ao serviço daquele Centro que concertam
acções para destruir as actividades da ADASCA. Quando esta estabelece contacto
com algumas empresas da região, ou, é por elas contacta no sentido de ali
realizar brigadas nas instalações das mesmas, como aconteceu com o Destacamento
da GNR de Aveiro, Renault de Cacia, Teka, entre outras, quando nos apercebemos,
apropriaram-se do nosso trabalho. Que notória falta de civismo/respeito.
No
âmbito da comemoração do Dia Nacional do Dador de Sangue, pedimos que seja
reposta a isenção das taxas moderadoras nos hospitais públicos, num gesto de
reconhecimento público pela dádiva de sangue, nunca sendo vista como uma
contrapartida, a regulamentação do Estatuto do Dador de Sangue, como ainda o
famigerado Seguro do Dador, que desde o dia 27 de Março de 1991 está para ser
actualizado, de acordo com as declarações do Dr. Silveira Ribeiro, então
director do IPS ao extinto jornal “O Comércio do Porto”.
As
actividades alusivas à comemoração do dia 27 de Março têm início na Escola
Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) com a qual a ADASCA mantém
um protocolo, onde vai decorrer uma sessão de colheitas de sangue no dia 25, a
realização de uma conferência subordinada ao tema: a “O Uso do Sangue: do dador ao recetor” sendo tratado em diferentes
perspectivas por especialistas na matéria.
Em
simultâneo vai decorrer durante duas semanas uma exposição de desenhos sobre a
dádiva de sangue, subordinada ao tema: “Gestos
Simples que Salvam Vidas”. Todas as actividades são abertas ao público,
sendo ainda distribuídos alguns brindes publicitários.
O
lema “Dê mais sentido à vida, torne-se
dador de sangue e de medula óssea” cada vez faz mais sentido. É verdade,
milhares de doentes dependem todos os dias do nosso gesto solidário, não só
para salvar vidas, mas, para proporcionar melhor qualidade de vida aos doentes
dependentes de componentes sanguíneos.
Não
nos devemos deixar levar pela onda do sentimento da indiferença, a pior doença
do século das luzes mais brilhantes, apesar da desumanidade com que somos
tratados no SNS.
"O
coração do homem é como um moinho que trabalha sem parar. Se não há nada para
moer, corre o risco de se triturar a si mesmo" (Lutero). Tememos pelo
futuro do CST de Coimbra, para não dizermos pelo IPST no seu todo, estrutura
apetecida por interesses privados, que rende milhões euros à conta dos dadores
de sangue. Estamos atentos aos acontecimentos.
O
que nos trás o futuro ministro da saúde? Senti-mo-nos profundamente preocupados, independentemente do partido que ganhar as próximas eleições legislativas, pois
bem nos recordamos que a Assembleia da República foi a primeira instituição
dita democrática que desvalorizou a dádiva de sangue, quando votou contra a
reposição da isenção aos dadores de sangue, referimo-nos em concreto aos
partidos que sustentam o actual governo.
Joaquim
Carlos
Fundador/Presidente
da Direcção da ADASCA.
Aveiro,
25 de Março de 2015
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