Conceito
Social dos Hipócritas
Por
Joaquim Carlos (*)
O
lado sinistro da hipocrisia é dramático
|
A
hipocrisia é apanágio da simulação denuncia-se pelo vício de carácter que
apresenta o indivíduo em afectar a piedade, virtude, nobreza de sentimentos que
não possui. O hipócrita concentra na alma a dissimulação, o fingimento, a
mentira, enfim todos os elementos que lhe mascaram o carácter. Enganar pela aparência é-lhe a súmula
moral: ser e não parecer, o lema da vida.
As
condições essenciais da fisionomia moral do hipócrita são a doçura, gentileza,
os exageros, a aparência, a timidez, a vaidade e sobretudo o alto senso de
enganar, torna-se por isto sempre "um homem vil, tímido e dramático e, no
exercício da falsidade, vai-se fazendo sempre mais esperto, mais hábil, porque
vive, sempre na falsidade e acaba por não saber distinguir o que na verdade sente
e o que finge sentir" (Mantegazza).
Simular, mostra-se-lhe a arma
predilecta. Há hipócritas em matéria de sentimentos, de amor, honradez, de
política, religião, e intriguistas e jeitosos, captam confiança e simpatia da
família, dos amigos, dos asseclas, e passam às vezes a existência inteira a
ocultar o carácter caviloso e ladino, propenso ao mal, reduto de egoísmos
inconfessáveis e obscuros.
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