5.17.2015

Para Instituto do Sangue, sexo gay é mais perigoso do que sexo com seropositivos

Para Instituto do Sangue, sexo gay é mais perigoso do que sexo com seropositivos

por Fernanda Câncio 

Homens que têm sexo com homens são excluídos para sempre, mas quem tem relações com alguém com VIH é suspenso por seis meses.

No manual de triagem de dadores de sangue do Instituto (http://ipst.pt/files/IPST/INFORMACAO_DOCUMENTACAO/ManualTriagemDadoresSangue2014.pdf)
Português do Sangue e da Transplantação (IPST), datado de outubro de 2014, lê-se, no ponto 1.4, com a epígrafe "comportamento sexual": "Suspensão definitiva de indivíduos cujo comportamento sexual os coloque em grande risco de contrair doenças infeciosas suscetíveis de serem transmitidas pelo sangue." Quer isto dizer, de acordo com o IPST, "sexo de homem com outro homem e sexo em troca de dinheiro ou equivalente". Mas, no ponto 15.52, relativo ao "vírus da imunodeficiência humana", ou VIH/sida, com a epígrafe "contacto com pessoa infetada", lê-se: "Parceiro sexual: suspensão temporária; contacto sexual com indivíduo infetado: suspensão temporária de seis meses após o último contacto. Avaliação analítica posterior."
O IPST torna claro que considera ser o risco na dádiva de sangue de um homem que teve sexo com outro homem ou de alguém que teve sexo por dinheiro muito mais elevado do que o de alguém que teve/ /tem sexo com uma pessoa infetada. Ou seja, avalia como mais elevada a possibilidade de infeção nos dois primeiros casos, em que o estatuto serológico dos parceiros do dador não é conhecido, do que nos segundos, em que se tem a certeza de que o parceiro está infetado.


 Postado por Joaquim Carlos
Comentários:


  • Fernando Fernando ·  ·  Comentador principal
    No caso de mulher com mulher deve ser menos grave porque elas só devem penetrar com a língua?
  • António Rios ·  Comentador principal · Universidade Católica Portuguesa
    Este assunto é demasiado sério para que fiquemos pelos preconceitos: trata-se da salvar vidas humanas, através do sangue que é recolhido a pessoas, sejam elas homossexuais ou não! E era isto que seria suposto saber pelos responsáveis pela recolha de sangue: que as pessoas dadoras não podem ser discriminadas apenas pela sua orientação sexual, mas pelos perigos que representam para a saúde pública: ou não será verdade que um seropositivo heterossexual oferece menos garantias para a saúde pública do que um homo que não se encontre infeccionado?....
    • Juventino Fonseca ·  · Director na empresa Equilibrium, Ei
      Portugal é um país cujos governos consideram que numa confrontação entre ideologia e economia, a economia é que manda. No entanto, se o confronto for entre a ideologia e a ciência, então a ideologia é que prevalece. Podemos todos continuar a ser pobres, doentes e incultos (porque damos menos luta), mas não nos podemos esquecer que pertencemos a um deus qualquer, e aos intérpretes terrenos, da palavra de deus (também ela escrita por homens).
      PS: a palavra 'deus' está conscientemente escrita em minúsculas.
      • Nuno Costa ·  ·  Comentador principal · Figueira da Foz
        Salvador Dali iria amar esta notícia!
        • João Filipe ·  Comentador principal · Vila Verde
          Nada mais normal! Quem deixou de ter contactos intimos com seropositivos deixou de correr riscos, quem é homossexual é-o para toda a vida, e apresenta risco para toda a vida. È preciso ser muito ajericado para colocar o politicamente correcto à frente da segurança!
          • Tiago Alves Silva ·  ·  Comentador principal · Edição jornalística na empresaO Clítoris da Razão
            Porque nessa ervilha a que chama cérebro homossexualidade = comportamentos de risco? Porque toda a gente sabe que é impossível a um homem hetero não usar preservativo. Toda a gente sabe que homens hetero têm um dispensador de preservativos automáticos no pénis e isso é coisa que os homens homossexuais não têm.
          • João Filipe ·  Comentador principal · Vila Verde
            Tiago Alves Silva Compreendo que você até seja cuidadoso e não se coloque em risco a si nem a seus parceiros, mas não pode falar sò por si. Hà por aì muita gente descuidada!
        • Maria De Lourdes Morais ·  Comentador principal · Lisboa
          Expliquem lá sff. Será pelo adiantado da hora e do cansaço que não entendo ?
          • Francisco Pinto ·  Comentador principal
            Que decepção é ler alguns comentários!
            Porque desviam sempre as questões para a ideologia/homofobia/etc?
            Porquê este atavismo nacional à matemática e à estatística.
            Sexo gay é mais perigoso do que sexo com seropositivos (hetero), por uma razão estatística que constata serem os primeiros muito mais sujeitos a infeção do que os segundos. Simples.
            • Cristiano Ramos ·  Comentador principal
              O MAIOR GRUPO (INFECTADOS) SÃO HETEROS! (ENTÃO HETEROS TAMBÉM NÃO PODEM DAR SANGUE!)
              http://oglobo.globo.com/brasil/virus-hiv-infecta-mais-grupo-dos-heterossexuais-diz-estudo-11785561
              • Kifas Ribeiro ·  Comentador principal · Reformado na empresa Galp Energia
                São critérios estranhos a leigos e passiveis de criticas de quem não sabe do que fala, o costume. Confiemos nas autoridades cientificas Portuguesas.
                • MeaColonia La Verdad Culé
                  Infelizemente, os jornalistas não fazem o trabalho de casa, e, pior que tudo, cada vez que se fala em números em Portugal, as pessoas insistem em não entender a realidade, e ganha a discussão quem grita mais alto. Vamos pensar como um país nórdico, ou Alemanha, ou França. Quando se tem sexo com um seropositivo, é necessário esperar 6 meses e testar para auferir se se contraíu o vírus. Tudo devido ao famoso período de alguns meses em que os testes podem dar um falso negativo, o que, como é óbvio, pretendemos evitar. Daí essa suspensão "temporária" de 6 meses após o último contacto. Só após isso, ou seja, após confirmação de resultado negativo (risco ínfimo de contaminação), a pessoa pode doar sangue.
                  Já o caso dos homens que têm sexo com outros homens, que não são todos os homossexuais, tudo tem a ver com hábitos de uma parte des... Ver mais
                  • Pedro Reis Santos ·  Comentador principal
                    Portanto, seis meses de espera serve para quando se tem sexo com alguém seropositivo.
                    Mas alguém que teve sexo com outro homem, porque supostamente praticam sexo anal e há maior risco de contágio de HIV, mas que nem sabemos se tem efectivamente alguma coisa, não basta seis meses de espera. São banidos para a vida.
                    Realmente, faz muito sentido.
                  • Nuno Costa ·  ·  Comentador principal · Figueira da Foz
                    Por bem fundamentada q o post original esteja a loga imperaria também 6 meses...

                Nenhum comentário:

                Postar um comentário