10.22.2013

Moção apresentada pela Associação de Dadores de Sangue do Distrito de Viana do Castelo à 3ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue em Santarém

Moção apresentada pela Associação de Dadores de Sangue do Distrito de Viana do Castelo à 3ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue em Santarém

José Passos na apresentação da sua Moção

A Associação dos Dadores de Sangue do Distrito de Viana do Castelo, apresenta na 3ª Convenção Nacional de Dadores de Sangue, esta moção intitulada “Com determinação temos que mudar”.

Este tema vem ao encontro de combater várias situações que se arrastam ao longo de tempos e se acentuaram nos últimos dois anos.

Alguma coisa já mudou no associativismo da Dádiva do Sangue, mas não chega ainda, muito mais á que fazer.

Uma das prioridades continua a ser a existência de uma só Federação, esta prioridade é crucial para uma intervenção mais forte, firme e séria junto da Tutela.

Não faz nem nunca fez sentido uma divisão associativa, fomentada pela F.A.S. a linha mais viável será uma só federação e voltar à raiz em volta da Fepodabes.

Só assim estaremos em condições de afirmar a Dignificação do Dador.
Não é fácil esta prioridade, mas tem que ser encarada com firmeza e mostrar o quanto é prejudicial a existência de duas federações a puxar cada uma para seu lado.

Cabe-nos a nós Associações e Dadores de Sangue terminar com esta aberração.

A segunda prioridade tem a ver com o manancial de trapalhadas, que ao longo destes dois últimos anos, tem sucedido na Dádiva de Sangue.

Ao longo da existência do associativismo na área da Dádiva, já lá vão mais de 20 anos, nunca existiu perturbação de tamanha dimensão como a que se verifica desde á dois anos atrás.

Mas pergunta-se e com razão, porquê agora?
Nunca houveram problemas de contestação de parte dos dadores de sangue e seus representantes, tudo corria na normalidade, estávamos quase a atingir a auto-suficiência a nível nacional, todos tínhamos a consciência que havia nos meses de Julho, Agosto e Setembro, uma baixa de sangue devido à época ser de maior consumo, mas todos trabalhávamos para colmatar essa situação que era pontual.

E agora o que mudou para que as reservas nacionais estejam nos mínimos?
A resposta todos a conhecemos.

- O corte nos incentivos nas Taxas Moderadoras.
- Os insultos que foram dirigidos por alguns responsáveis através da Comunicação Social.
- A intoxicação feita à sociedade civil contra os Dadores de Sangue.
 O que esperavam? A passividade dos Dadores perante estas trapalhadas todas?

Os Dadores de Sangue, nunca exigiram pagamento ou outras benesses, as taxas moderadoras no seu todo foram um reconhecimento de todos os Governos de Portugal, menos do actual, que tudo tem feito para alimentar esta guerrilha que criou contra os Dadores de Sangue.

Porque atacaram os Dadores? Um segmento da sociedade que com a sua solidariedade mete nos cofres do Estado muitos milhões de euros todos os anos, veja-se a divida dos hospitais ao IPST referentes ao fornecimento de derivados do sangue que todos nós doamos gratuitamente.

Lembro-me de um célebre oficio enviado à Comissão de Saúde Parlamentar em que o Ministério afirmava que o peso financeiro dos incentivos aos Dadores de Sangue era de 7,4 milhões de euros /ano, nada mais tendencioso para justificar o erro crasso que provocaram.

A trapalhada que tem fomentado com o Estatuto do Dador, retalhando-o com a informação que o seguro do dador ia entrar em vigor em determinada data, depois adiaram para posterior data ainda por determinar.

Pergunta-se, mas então o seguro não está inserido no Estatuto? Porque estão a querer retalhar essa Lei? Amigo é fácil de ver, vieram com essa medida avulso para engodar os dadores e aumentar as dádivas, não resultou o estratagema, assim como não estão a resultar as campanhas que fazem, onde se queima dinheiro que dava e sobrava para repor os incentivos sonegados aos Dadores de Sangue.

Porque mexeram com os Dadores de Sangue?
Eles sempre responderam ao longo dos anos com o seu sangue, e agora a troco de uns míseros euros, este governo criou um mal-estar, uma desconfiança, e pior que tudo uma debandada dos Dadores de Sangue habituais, agora andam de máquina calculadora e com as calças na mão a contar os mínimos de reservas existentes.

A terceira prioridade centra-se na falta de uma personalidade ou seja de uma figura que represente junto da Tutela todo o universo dos Dadores de Sangue, um Provedor do Dador.

Esta personalidade seria o elo comum entre os Dadores de Sangue e as entidades oficiais para resolução de qualquer problema que surgisse.

Esta figura seria uma pessoa escolhida pelos responsáveis dos Dadores de Sangue, pessoa com conhecimentos da área da dádiva e credibilidade total.

Esta personalidade seria totalmente independente do IPST o qual nem sequer seria chamado a pronunciar-se sobre a sua indicação ou nomeação.
Numa última palavra esta personalidade seria isenta de pressões do poder político.

É uma prioridade a figura do Provedor do Dador.

Conclui-se assim que se aprove:
A continuação de se apostar numa só Federação, forte e credível, numa Federação que mostre renovação e capaz de centrar todos os Dadores de Sangue e suas instituições representativas á sua volta, esta Federação está no terreno e com provas dadas que está em contínua renovação.

Exigir o fim das trapalhadas que ao longo destes dois últimos anos tem acontecido e portanto pressionar a Tutela para a regulamentação do Estatuto do Dador no seu todo.

- Pressionar a Tutela para a reposição dos incentivos totais aos Dadores de Sangue, a fim de se reparar todo o estrago feito pela mesma Tutela quando do corte destes mesmos incentivos.

Preparar o processo para a criação imediata da figura do Provedor do Dador.

Só assim, e com esta determinação poderemos mudar, voltar ao crescimento das dádivas tornando o País auto-suficiente em sangue. Só assim poderemos mudar e olhar o futuro com a certeza que tudo voltará ao normal e os Dadores como sempre o fizeram continuaram na sua caminhada de Solidariedade.

Uma gota de sangue, uma esperança de vida. Dê sangue

José Passos

Presidente da Direcção A.D.S.D.V.C.
Santarém, 17 de Outubro de 2013

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