Moção
apresentada pela Associação de Dadores de Sangue do Distrito de Viana do
Castelo à 3ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue em Santarém
José Passos na apresentação da sua Moção |
A Associação dos Dadores de Sangue do
Distrito de Viana do Castelo, apresenta na 3ª Convenção Nacional de Dadores de
Sangue, esta moção intitulada “Com determinação temos que mudar”.
Este tema vem ao encontro de combater
várias situações que se arrastam ao longo de tempos e se acentuaram nos últimos
dois anos.
Alguma coisa já mudou no associativismo
da Dádiva do Sangue, mas não chega ainda, muito mais á que fazer.
Uma das prioridades continua a ser a
existência de uma só Federação, esta prioridade é crucial para uma intervenção
mais forte, firme e séria junto da Tutela.
Não faz nem nunca fez sentido uma
divisão associativa, fomentada pela F.A.S. a linha mais viável será uma só
federação e voltar à raiz em volta da Fepodabes.
Só assim estaremos em condições de
afirmar a Dignificação do Dador.
Não é fácil esta prioridade, mas tem que
ser encarada com firmeza e mostrar o quanto é prejudicial a existência de duas
federações a puxar cada uma para seu lado.
Cabe-nos a nós Associações e Dadores de
Sangue terminar com esta aberração.
A segunda prioridade tem a ver com o
manancial de trapalhadas, que ao longo destes dois últimos anos, tem sucedido
na Dádiva de Sangue.
Ao longo da existência do associativismo
na área da Dádiva, já lá vão mais de 20 anos, nunca existiu perturbação de
tamanha dimensão como a que se verifica desde á dois anos atrás.
Mas pergunta-se e com razão, porquê
agora?
Nunca houveram problemas de contestação
de parte dos dadores de sangue e seus representantes, tudo corria na
normalidade, estávamos quase a atingir a auto-suficiência a nível nacional,
todos tínhamos a consciência que havia nos meses de Julho, Agosto e Setembro,
uma baixa de sangue devido à época ser de maior consumo, mas todos
trabalhávamos para colmatar essa situação que era pontual.
E agora o que mudou para que as reservas
nacionais estejam nos mínimos?
A resposta todos a conhecemos.
- O corte nos incentivos nas Taxas
Moderadoras.
-
Os insultos que foram dirigidos por alguns responsáveis através da Comunicação
Social.
-
A intoxicação feita à sociedade civil contra os Dadores de Sangue.
O
que esperavam? A passividade dos Dadores perante estas trapalhadas todas?
Os Dadores de Sangue, nunca exigiram
pagamento ou outras benesses, as taxas moderadoras no seu todo foram um
reconhecimento de todos os Governos de Portugal, menos do actual, que tudo tem feito
para alimentar esta guerrilha que criou contra os Dadores de Sangue.
Porque atacaram os Dadores? Um segmento da
sociedade que com a sua solidariedade mete nos cofres do Estado muitos milhões
de euros todos os anos, veja-se a divida dos hospitais ao IPST referentes ao
fornecimento de derivados do sangue que todos nós doamos gratuitamente.
Lembro-me de um célebre oficio enviado à Comissão de Saúde Parlamentar em que o Ministério afirmava que o peso
financeiro dos incentivos aos Dadores de Sangue era de 7,4 milhões de euros
/ano, nada mais tendencioso para justificar o erro crasso que provocaram.
A
trapalhada que tem fomentado com o Estatuto do Dador, retalhando-o com a
informação que o seguro do dador ia entrar em vigor em determinada data, depois
adiaram para posterior data ainda por determinar.
Pergunta-se, mas então o seguro não está
inserido no Estatuto? Porque estão a querer retalhar essa Lei? Amigo é fácil de
ver, vieram com essa medida avulso para engodar os dadores e aumentar as
dádivas, não resultou o estratagema, assim como não estão a resultar as
campanhas que fazem, onde se queima dinheiro que dava e sobrava para repor os
incentivos sonegados aos Dadores de Sangue.
Porque mexeram com os Dadores de Sangue?
Eles sempre responderam ao longo dos
anos com o seu sangue, e agora a troco de uns míseros euros, este governo criou
um mal-estar, uma desconfiança, e pior que tudo uma debandada dos Dadores de
Sangue habituais, agora andam de máquina calculadora e com as calças na mão a
contar os mínimos de reservas existentes.
A terceira prioridade centra-se na falta
de uma personalidade ou seja de uma figura que represente junto da Tutela todo
o universo dos Dadores de Sangue, um Provedor do Dador.
Esta personalidade seria o elo comum
entre os Dadores de Sangue e as entidades oficiais para resolução de qualquer
problema que surgisse.
Esta figura seria uma pessoa escolhida
pelos responsáveis dos Dadores de Sangue, pessoa com conhecimentos da área da
dádiva e credibilidade total.
Esta personalidade seria totalmente
independente do IPST o qual nem sequer seria chamado a pronunciar-se sobre a
sua indicação ou nomeação.
Numa última palavra esta personalidade
seria isenta de pressões do poder político.
É uma prioridade a figura do Provedor do
Dador.
Conclui-se assim que se aprove:
1º A continuação de se apostar numa só
Federação, forte e credível, numa Federação que mostre renovação e capaz de
centrar todos os Dadores de Sangue e suas instituições representativas á sua
volta, esta Federação está no terreno e com provas dadas que está em contínua
renovação.
2º Exigir o fim das trapalhadas que ao
longo destes dois últimos anos tem acontecido e portanto pressionar a Tutela
para a regulamentação do Estatuto do Dador no seu todo.
- Pressionar a Tutela para a reposição
dos incentivos totais aos Dadores de Sangue, a fim de se reparar todo o estrago
feito pela mesma Tutela quando do corte destes mesmos incentivos.
3º Preparar o processo para a criação
imediata da figura do Provedor do Dador.
Só assim, e com esta determinação
poderemos mudar, voltar ao crescimento das dádivas tornando o País
auto-suficiente em sangue. Só assim poderemos mudar e olhar o futuro com a
certeza que tudo voltará ao normal e os Dadores como sempre o fizeram
continuaram na sua caminhada de Solidariedade.
Uma gota de sangue, uma esperança de
vida. Dê sangue
José Passos
Presidente da Direcção A.D.S.D.V.C.
Santarém, 17 de Outubro de 2013
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