4.01.2015

SJ impedido de visitar redacções dos dois principais jornais de Coimbra

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SJ impedido de visitar redacções dos dois principais jornais de Coimbra

Publicado a 26/03/2015NOTÍCIAS


Direcções d'As Beiras e do Diário de Coimbra receberam Sindicato dos Jornalistas em clara violação das regras da sã convivência democrática.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) foi impedido de visitar as redacções dos dois principais jornais de Coimbra, quando, na terça-feira, tentou conversar com jornalistas d’As Beiras e do Diário de Coimbra, no âmbito de um roteiro que está a efectuar pelo país.

O SJ não compreende o ambiente de hostilidade com que foi recebido pelas Direcções dos dois jornais, que ultrapassaram todos os limites da sã convivência democrática entre patrões e sindicatos.

Ambos os jornais foram avisados previamente de que o SJ pretendia visitar as suas redacções, para conversar com os jornalistas, sindicalizados ou não, que ali trabalham, e distribuir folhetos informativos sobre a actividade do SJ.

É do entendimento do SJ que as redacções são espaços abertos a encontros de carácter informativo entre dirigentes sindicais e trabalhadores, no cumprimento da lei que assegura que “os trabalhadores e os sindicatos têm direito a desenvolver actividade sindical na empresa” (artigo 460.º do Código do Trabalho).

No caso do jornal As Beiras, onde trabalham 10 jornalistas, nenhum dos quais sindicalizado, ainda foi possível contactar com alguns trabalhadores, por breves minutos, antes de o director, Agostinho Franklin, chegar e “empurrar” os dirigentes sindicais Adriano Miranda e Paula Sofia Luz para uma sala de reuniões, dizendo que não podiam ser recebidos na redacção. “A administração – com a qual sou conivente – entende que esses contactos devem ser feitos fora das instalações da empresa, em horário pós-laboral”, comunicou.

No caso do Diário de Coimbra, onde trabalham 20 jornalistas, cinco dos quais sindicalizados, e depois de a Direcção ter tentado desmarcar a visita do SJ para outro dia, os dirigentes sindicais não chegaram a entrar na redacção, tendo sido recebidos na recepção, junto à gráfica, e encaminhados para uma sala afastada. Mesmo quando pediram para usar a casa-de-banho e a secretária os encaminhou para o WC perto da redacção, o director-geral da publicação, Arménio Travassos, impediu que tal acontecesse, indicando-lhes outro WC.

Já na presença do director-geral e do director-adjunto, João Luís Campos, o SJ foi informado de que
“não é prática da casa” permitir a entrada de “sindicatos ou partidos políticos”. 

A bem da liberdade de imprensa, o SJ insta os jornalistas d’As Beiras e do Diário de Coimbra a reverterem o clima nas suas redacções e a unirem-se em defesa de um espaço de trabalho livre e democrático, desde logo, sindicalizando-se. 

O SJ já esteve em Évora e Leiria para contactos semelhantes com jornalistas e prosseguirá com o roteiro, que tem como objectivo tirar um retrato abrangente do jornalismo real, que possa servir de contributo para o futuro Congresso dos Jornalistas Portugueses.



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