2.07.2014

Mensagem lida na cerimónia de comemoração do 7º. Aniversário da ADASCA

Mensagem lida na cerimónia de  comemoração do 7º. Aniversário da ADASCA
O presidente da direcção da ADASCA no momento em que lia a mensagem alusiva ao 7º. Aniversário  aos convidados de honra

Quando preparava esta mensagem, alusiva ao 7º. Aniversário da ADASCA, única Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, legalmente constituída conforme o Diário da República, 2ª. Série—Nº. 110—8 de Junho de 2007 li com emoção o seguinte: “Certifico que, por escritura de 7 de Fevereiro de 2007, iniciada a fl. 143 do livro de notas para escrituras diversas nº. 39-G do Cartório Notarial de Aveiro, a cargo da notária Maria Deolinda de Almeida Rolo, foi constituída uma associação com a denominação em epígrafe, com sede na freguesia da Glória, concelho de Aveiro, (…) e o seu objecto consiste na assistência médica e social a dadores e ex-dadores de sangue, a promoção de campanhas de sensibilização para novos dadores e promover campanhas de colheitas de sangue.
Bolo do 7º. Aniversário da ADASCA oferecido pela Pastelaria Veneza de Aveiro, empresa sócia honorária desta associação

Fazendo uma curta avaliação dos sete anos que decorreram, fico com a sensação de que, quase nada foi feito, quando na verdade podíamos ter ido mais além se tivéssemos mais apoios, tendo em conta a sua natureza pública e social. Sete anos de satisfações e insatisfações, de vitórias e derrotas, de encontros e desencontros, acção e inacção, motivação e desmotivação, a lista seria longa, na medida em que cada um vive os acontecimentos de forma diferente e assim somos vistos, sempre com o sentimento da marginalização a que o ministério da saúde nos votou, quando decidiu retirar a isenção das taxas moderadoras aos dadores de sangue nos hospitais, principal causa que motivou a quebra de dádivas a nível nacional, em particular no Concelho de Aveiro. A publicação do Decreto-Lei N.º 113/2011, de 29 de novembro vai ficar sempre na nossa memória pelas piores razões.

Aspecto de composição da mesa que só foi possível com o apoio de algumas empresas de Aveiro, que desde o início da ADASCA a tem apoiado
A “Intenção sem acção é ilusão” escreveu Lair Ribeiro. O projecto que motivou a fundação da ADASCA há sete anos, bem podia ter ficado pela intenção, seria mais um que não passaria do papel, mas, isso não aconteceu. Essa era a previsão de algumas pessoas desta cidade. Tanta dedicação, com sacrifícios financeiros, pessoais e familiares a ADASCA está firme como uma rocha, ainda que as tempestades surjam de tempos a tempos, aliás, tornou-se cobiçada.
O artista João Claro, embaixador da ADASCA honrou-nos com a sua visita tendo ali realizado uma reportagem para a Rádio Soberania de Águeda

Sem pretender ser exaustivo na apresentação dos resultados obtidos nos decorridos 7 anos de existência, nem o momento é o indicado, a título de informação a ADASCA no ano transacto realizou cerca de 90 brigadas, destas resultaram cerca de 2789 inscrições, 2164 dádivas aprovadas, 625 suspensões temporárias, representando a ADASCA nesta data cerca de 3376 dadores associados de pleno direito.
Os dadores que aderiram à sessão de colheita de sangue, tiveram a possibilidade de partilhar connosco estes momentos de alegria, pois esta comemoração foi toda ela dedicada a eles

“Toda acção humana, quer se torne positiva ou negativa, precisa depender de motivação” na opinião de Dalai Lama. O que notamos é que a desmotivação e a indiferença andam por ai de mãos dadas. A Direcção da ADASCA tem sido atingida por estes dois sentimentos demolidores, até pela forma como nos sentimos desconsiderados, julgamos que somos dignos de mais respeito considerando que todos somos voluntários.
A empresa Umami cuja especialidade é o Sushi fez questão de se associar ao 7º. Aniversário da ADASCA, cuja delicia aqui se pode ver, sendo assim uma mais valia para o enriquecimento deste aniversário

“Para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta dizer o que pensa” Martin Luther King. Ora nem mais: O ministério da saúde e por sua vez o IPST tem feito de nós bonecos articulados e sujeitos à sua obediência.

A ADASCA foi confrontada com cancelamento de duas sessões de colheitas de sangue, agendadas para os dias 11 e 25 de Janeiro no seu Posto Fixo, com a justificação de que havia componentes sanguíneos a mais em stok, quando na verdade a principal causa estava relacionada com a falta de recursos humanos.
Na imagem podemos ver os nossos vizinhos da empresa Umami, a Marta e o Pedro, como ainda outros amigos

Com o universo de dadores associados, a ADASCA bem podia ter em cada sessão de colheitas na ordem de 50 a 60 presenças no seu Posto Fixo, o que verificamos é triste: “retiraram-nos as isenções das taxas moderadoras nos hospitais, nunca mais dou sangue”. Famílias inteiras deixaram de comparecer, o que nos deixa contristados.
A Dra. Lúcia Borges, Directora do Serviço de ImunoHemoterapia do Hospital de Aveiro, como o Dr. Humberto Rocha, honraram-nos com a sua visita

Os responsáveis directivos do IPST não dialogam com as associações, apenas nos transmitem ordens, como de funcionários se tratasse. Vivemos num autismo completo. Corro o risco de dizer que o IPST está a deixar muito a desejar, não agrada aos dadores de sangue nem às associações, tudo funciona de candeias às avessas. Existem dirigentes associativos com medo de falar do que não concordam com receio de perderem os apoios financeiros. Este paradigma não serve uma causa que todos dizem defender.
Na imagem o Dr. Mário Chin, Director do Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra no uso da palavra, que representou a tutela

Com a retirada das isenções das taxas moderadoras nos hospitais aos dadores de sangue, o ministério da saúde destruiu todo um trabalho que levou dezenas de anos a construir. Sobre esta destruição da parte da direcção do IPST nem uma tomada de posição, aliás, pelo que nos é dado saber até concorda. Por fim, a forma como tem vindo a ser comemorado o Dia Nacional do Dador de Sangue e por sua vez o Dia Mundial do Dador de Sangue, colocou ainda mais à distância destes eventos os dadores e as suas associações, o que provocou ainda mais o sentimento de marginalização.
O presidente da Direcção da ADASCA prepara-se para acender as sete velas, que simbolizam o 7º. Aniversário da ADASCA

A falta de auto-suficiência de sangue em Portugal, deve-se unicamente ao ministério da saúde e por sua vez ao IPST, que nada fazem para alterar a situação, ora isto deixa-nos desmotivados, com a agravante de sermos rotulados de terroristas de sangue, como se pôde ouvir no dia 08 Abril de 2012 em declarações pelo Dr. Hélder Trindade na RTP. Não podemos fazer um exercício de hipocrisia para agradar a quem quer que seja, porque a realidade é delicada e devia incomodar a todos os que tem responsabilidades nesta área.
O presidente da Direcção da ADASCA  a partir o Bolo do 7º. Aniversário da ADASCA

Lamentamos que os responsáveis directos da destruição que tem vindo a ser executada, tenham optado pela decisão mais fácil: delegar em outrem a sua presença, deixando-nos a falar para o “boneco”, este é o respeito que merecemos.


(*)Presidente da Direcção da ADASCA

Aveiro, 8 de Fevereiro de 2014

Nota: os interessados em ouvir as declarações ofensivas de que muito os dirigentes associativos se têm queixado, sem que até à data tivesse sido apresentado um pedido de desculpas, podem servir-se do link que se segue:
(terroristas de sangue, declarações do Hélder Trindade).


Agradecimentos muito especial às empresas que apoiaram a realização do 7º. Aniversário da ADASCA:

- Loja do Pingo de Doce de Aveiro
- Restaurante Solar das Estátuas
- Pastelaria Veneza de Aveiro
- Electroneiva
- Casa Martelo
- Vidraria Aveirense
- Churrasqueira “0 Gavião”
- Empresa Umami

A todos bem HAJA



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